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Bloqueio do Twitter/X compromete direito da imprensa de informar, avalia Gazeta do Povo

Jornal lamenta as repercussões do ‘surto autocrático’ de Alexandre de Moraes para a liberdade da comunicação

Com o bloqueio do Twitter/X no Brasil, a liberdade de imprensa naufragou ao lado das liberdades de expressão e econômica, afirmou a Gazeta do Povo. Em seu editorial de opinião desta sexta-feira, 6, o jornal avaliou a decisão de Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de banir a rede social no país como um “surto autocrático”.

A Gazeta cita no texto uma pergunta do jornalista Glenn Greenwald: “Se o X for banido no Brasil, os jornalistas brasileiros poderão relatar ao público o que grandes figuras públicas e líderes mundiais dizem no X? De acordo com a nova lei que Moraes inventou, a única maneira de eles verem isso – com VPNs – agora é um crime no Brasil”.

A publicação lembra ainda que, desde que as mídias sociais se popularizaram, o Twitter/X se tornou a escolha de praticamente todos os líderes políticos, agências governamentais e personalidades para manifestar opiniões e fazer anúncios relevantes.

Além disso, a Gazeta ressalta que muitos líderes passaram a dar mais atenção à rede social do que aos canais oficiais de divulgação de notícias.

“Natural, portanto, que o jornalismo passasse a frequentar o Twitter/X com assiduidade para descobrir o que pessoas importantes andavam fazendo e pensando”, observou o jornal.

Com o bloqueio, apenas jornalistas no exterior acessam o Twitter/X

A Gazeta lembra também que somente os maiores veículos de comunicação têm o privilégio de manter correspondentes no exterior que podem acessar o X e relatar o que líderes e personalidades publicam.

“No entanto, esse é um privilégio de apenas alguns poucos grandes veículos de comunicação, enquanto milhares de empresas menores Brasil afora são prejudicadas por não terem tal possibilidade”, lamentou o jornal.

Diante disso, o editorial analisa que “a imprensa tem o seu direito de informar seriamente comprometido, e os leitores têm seu direito à informação quase anulado”. 

Sobre o silêncio de jornalistas sobre a censura no país, o texto complementa: “muitos jornalistas e formadores de opinião, mesmo sendo vítimas dos desmandos supremos, parecem incapazes de tirar os antolhos ideológicos e perceber o rumo que o Brasil está tomando”.

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