Caminhoneiros e motoristas de aplicativo do Brasil inteiro discutirão, na sexta-feira (5), a possibilidade de realizar uma grande manifestação nas ruas das cidades e nas rodovias federais. A principal pauta que une essas duas categorias é o reajuste constante no preço dos combustíveis. Mas, mesmo que a articulação não dê certo, o presidente da Associação dos Motoristas por Aplicativos de Goiás (Amago), Leidson Alves, garante que o grupo que ele representa vai parar as ruas de Goiânia a partir da semana que vem.
A reunião entre motoristas de app e caminhoneiros vai acontecer por videoconferência. Ela estava prevista para hoje, mas foi remarcada para sexta (5) com o objetivo de contemplar a agenda dos representantes das duas categorias no Brasil inteiro. “O combustível está muito caro. Flutuando como está, não conseguimos fechar a conta”, afirma Leidson.
Diretor do Amago, Daniel dos Santos Campos Costa afirma que a categoria também busca – diferente dos caminhoneiros – a revisão das tarifas e a união da classe. “Todos precisam abraçar o problema. Se for para parar, paramos todos.”
Daniel diz que muitos condutores trabalham com carros alugados – o que encarece a operação. Com o atual preço dos combustíveis, afirma ele, toda a renda fica no posto.
Mobilização de qualquer forma
Se a videoconferência não deliberar a respeito da realização de um ato conjunto, o presidente da Amago diz que vai convocar a população para fechar vias, como a marginal Botafogo, ir até à distribuidora de combustível em Senador Canedo, fazer buzinaço, carro de som e mais. “Mas precisaremos de mais de mil veículos.”
Leidson teme que o preço do combustível chegue a R$ 10 até o fim do ano, mesmo com o congelamento do ICMS. Vale citar, os reajustes da Petrobras continuarão, mesmo que o valor base para o cálculo do ICMS em Goiás continue em R$ 6,55 por três meses.
Protesto em Goiânia
Nesta quarta-feira (3), um grupo de motoristas de app realizou um protesto em Goiânia, que congestionou o tráfego na BR-153. Leidson afirma que foi um ato realizado por um grupo isolado, pequeno, e desconectado da entidade que ele preside. “Não fecharíamos a BR com 30 motoristas. No mínimo 500”, expôs.
Leidson diz que atualmente a categoria que lidera é a maior do Brasil, com mais de 1,6 milhão de motoristas. Só em Goiânia, são 20 mil. Eram era 42 mil, mas vários deixaram a função por causa da pandemia e constantes reajustes dos preços do combustível. “Assim, uma paralisação conjunta seria muito grande. E estamos todos sofrendo muito.”
Ele afirma que, entre as demandas de cada grupo, é o preço do combustível que une os dois setores. “Está muito caro. Flutuando como está, não conseguimos fechar a conta.”
Proibição de bloqueios nas rodovias federais
O Supremo Tribunal Federal (STF) validou as decisões judiciais que impedem o bloqueio de rodovias federais por paralisação de movimentos de caminhoneiros, nesta quarta. A decisão foi do ministro Luiz Fux, presidente da corte, que contrariou o entendimento de uma desembargadora.
A peça de Fux revogou a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), que suspendeu a liminar da primeira instância da Justiça Federal – que já tinha proibido as obstruções. O pedido foi da União.
Na decisão, o ministro concordou com o governo federal e entendeu que a ocupação das vias gera risco de prejuízos econômicos graves. Segundo ele, ainda, há “risco à ordem e à saúde pública consistente na possibilidade de desabastecimento de gêneros alimentícios e outros de primeira necessidade risco à ordem e à saúde pública consistente na possibilidade de desabastecimento de gêneros alimentícios e outros de primeira necessidade”.
Neste momento, está proibido o bloqueio de rodovias federais por paralisações. Caminhoneiros e motoristas por aplicativo tentam reverter a situação.