A mulher flagrada pelo marido fazendo sexo com um morador de rua em Planaltina, no Distrito Federal, comentou pela primeira vez, nesta quarta-feira, o ocorrido. Nas redes sociais, ela afirmou ter sido ‘vítima de chacotas e humilhações’ e que não escolheu ter tido um surto. O caso veio à tona após o marido de Sandra Mara Fernandes espancar o sem-teto e registrar um boletim de ocorrência na polícia por suposto abuso.
Nas imagens de câmeras de segurança da rua, é possível ver que a mulher, em choque, não reage e assiste à agressão do chão. Aos PMs que atenderam a ocorrência, ela negou que havia sido forçada pelo homem, identificado como Givaldo Alves, de 48 anos, e em seguida foi encaminhada a um hospital pelo marido, que, à polícia, disse acreditar que ela não estava em plenas condições psicológicas, situação da qual, para ele, o morador de rua teria tirado proveito. O personal afirmou que ela já vinha apresentando problemas psicológicos.
Na noite em que tudo aconteceu, por volta das 22h do dia 9 de março, foi registrado um boletim de ocorrência na 16ª DP, mas nenhum dos envolvidos encaminhados pela Polícia Militar foi preso em flagrante, seja por agressão — observada por testemunhas e câmeras de segurança da rua, na Quadra 63 — ou por abuso.
Momentos antes de ser encontrada dentro do próprio carro com o morador de rua, Sandra participava, ao lado da sogra, de uma ação de caridade promovida pela igreja evangélica que elas frequentam. Em alguns registros feitos, a mulher do personal trainer aparece entregando uma Bíblia ao mesmo homem, que em seguida se ajoelha aos seus pés. Uma interação maior entre os dois teria acontecido em seguida, pouco antes de nora e sogra se separarem, segundo a própria vendedora narra. Como ela demorou a dar notícias, horas depois o marido de Sandra, o personal trainer Eduardo Alves, de 31 anos, saiu pelas ruas em busca da mulher na área onde mais cedo ela havia ido com a mãe. Foi quando encontrou o carro estacionado.
Laudo psiquiátrico da mulher
Laudo feito por médicos do Hospital Universitário de Brasília concluiu que Sandra apresentou sinais de ‘transtorno afetivo bipolar em fase maníaca psicótica’. O relatório médico detalhou que ela, desde o início da internação, apresentou alucinações auditivas, ‘delírios grandiosos e de temática religiosa’, hipertimia — alteração de humor — falso reconhecimento, além de ‘comportamentos desorganizados e por vezes inadequados’.
No diagnóstico, os médicos consideraram que Sandra demonstou um comportamento com ‘gastos excessivos, doação de seus pertences, resistência em se vestir e hiper-religiosidade’.
‘Não fiz mal nenhum’, morador de rua
O sem-teto Givaldo Alves negou ter estuprado Sandra Mara Fernandes. Segundo ele, a comerciante o chamou insistentemente, entregou-lhe uma Bíblia e teria dito: ‘Quero namorar você’. Ele respondeu que não tinha dinheiro para levá-la a um hotel e, então, ela teria sugerido que os dois fossem para o carro da família.
Ao entrarem no veículo, disse Givaldo, os dois conversaram e, depois, procuraram uma rua com pouco movimento, onde tiveram relações. Ele disse não ter noção de quanto tempo ficaram no carro.
Sobre a agressão de Eduardo, o morador de rua disse achar que o personal ‘fez tudo errado’.
— Do jeito que o cara fez, ele expôs a vida dele e a vida dela. Eu não fiz nenhum mal para ser agredido. Eu acho que esse senhor deveria rezar para Deus e pedir sabedoria para agir num momento de desespero, porque o senhor pôs tudo a perder e se expõe usando mentiras.
Fonte: Mais Goiás