Valor chegou a US$ 16,71; usina nega a projeção
A tarifa de energia de Itaipu Binacional fixou em US$ 16,71, de acordo com o Comitê de Estudos para Avaliação do Custo Unitário do Serviço de Eletricidade de Itaipu (Cecuse). O valor poderia cair para US$ 10,77 pelo kW, em 2023, com o fim da dívida da construção da hidrelétrica. Contudo, a tarifa seguiu 50% acima da projeção.
O Cecuse é o grupo de trabalho interno da própria hidrelétrica, com representantes do Brasil e do Paraguai. Ele surgiu na década de 1990 para, anualmente, desenvolver estudos tarifários a partir dos custos, além de projeções. Historicamente, o valor definido no estudo é submetido à diretoria, ao conselho e, somente depois, à aprovação.
Conforme o jornal Folha de S.Paulo, a Itaipu negou a projeção. “A projeção citada na matéria inexiste dentre os documentos oficiais da entidade”, afirmou a empresa. A hidrelétrica manteve o argumento de que a tarifa é fruto de entendimento entre o Brasil e o Paraguai, com base em custos definidos nos acordos bilaterais.
Levantamento aponta para congelamento da tarifa de Itaipu
De acordo com o levantamento do Cecuse, a tarifa sofreu um congelamento de US$ 22,60/kW, de 2009 a 2021. Com isso, a dívida consumia um pouco mais de US$ 2 bilhões por ano. Já em 2022, essa despesa caiu para US$ 1,4 bilhão. A queda permitiu que a tarifa caísse para US$ 18,75. Contudo, o valor fixado foi de US$ 20,75/kW, ou seja, 10,66% acima.
Em 2023, o custo anual da dívida ficaria abaixo de US$ 300 milhões. Segundo a projeção do Cecuse, a tarifa chegaria a US$ 10,77. O valor fixado, no entanto, foi de US$ 16,71, 55% mais que o previsto pelo comitê.
Segundo a Folha, os brasileiros das Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste pagam 85% da energia de Itaipu. Esse valor soma-se obrigatoriamente às contas de luz. O acordo bilateral afirma que a tarifa de Itaipu é o valor necessário para manter a hidrelétrica em operação, como pagar royalties aos municípios afetados pela usina.
Dívida de Itaipu caiu na gestão de Jair Bolsonaro
Segundo os relatórios da contabilidade, as obras e os projetos socioambientais são despesas de exploração. No governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a dívida sofreu queda.
Havia a possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva rever a estratégia, uma vez que é preciso reduzir o custo da energia brasileira. A tarifa, contudo, aumentou. A ampliação do valor provocou críticas e pedidos para que a gestão petista imitasse a receita política de Bolsonaro.
Fonte: Revista Oeste