O início do processo de transição na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) já teve início. O ministro Luís Roberto Barroso se prepara para ocupar o comando do Judiciário pelos próximos dois anos — a posse deve ocorrer em outubro.
A equipe da atual chefe da Corte, ministra Rosa Weber, está sendo consultada nesse processo, segundo informou o jornal O Globo, nesta terça-feira, 18.publicidade
Barroso, atualmente vice-presidente e líder da Primeira Turma, definiu os nomes para ocupar cargos-chave na estrutura interna do STF. Por meio de reuniões periódicas, ele tem ajustado os detalhes da passagem de comando.
Nessa movimentação, Barroso, inclusive, tem se aproximado do decano da Corte, ministro Gilmar Mendes. Pela primeira vez na história do STF, os magistrados apresentaram um voto conjunto sobre o piso da enfermagem, deixando atritos passados de lado. Em 2018, durante uma sessão do Supremo, Barroso chegou a chamar Mendes de “pessoa horrível” e de “mistura de mal com atraso e pitadas de psicopatia”.
As reuniões de transição contam com os principais auxiliares de Barroso na futura presidência, além da equipe de Rosa Weber. Aline Osório, futura secretária-geral do STF, e Eduardo Toledo, próximo diretor-geral, estão presentes, assim como Miguel Piazzi e Estevão Waterloo, da equipe atual.
Osório e Toledo, de confiança de Barroso, já desempenharam funções durante sua presidência no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e nas gestões de ministros anteriores. A experiência e a confiança depositadas neles garantem a continuidade do trabalho.
Assumir a presidência do STF implica também liderar o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Segundo a reportagem, Barroso planeja priorizar a melhoria da eficiência do sistema Judiciário, enfrentando os gargalos representados pelo estoque elevado de processos e pela execução fiscal.
O ministro quer dar destaque ao tema dos precatórios, tema que considera estar em situação delicada. Para a secretaria-geral do CNJ, ele escolheu a juíza Adriana Cruz, mencionada como um possível nome para uma futura vaga no Supremo.
A movimentação de Luís Roberto Barroso ocorre em meio à repercussão da sua declaração durante um evento da União Nacional dos Estudantes (UNE), na semana passada. Na ocasião, o ministro afirmou ter “derrotado o bolsonarismo”.
A declaração de Barroso causou controvérsia, principalmente entre políticos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Por conta da fala do magistrado, a oposição pretende apresentar um pedido de impeachment contra o ministro.
Fonte: Revista Oeste