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Pressionado por protestos, governo chinês estuda rever política de covid zero

Na primeira entrevista coletiva depois dos protestos em diversas cidades chinesas no fim de semana, autoridades da área da saúde prometeram revisar a política de covid zero. Há três anos, a China enfrenta confinamentos severos, de cidades inteiras, testes em massa e intensa vigilância quando se confirma um caso da doença.

Mesmo assim, nas últimas semanas, o número de casos voltou a aumentar. Além disso, dez pessoas morreram num incêndio na semana passada e acredita-se que essas pessoas não puderam ser salvas em razão das rígidas regras de covid zero.

Agora, tendo de dispersar os protestos e sendo alvo de críticas da mídia internacional, o Partido Comunista Chinês pretende rever a política. “Os lockdowns para evitar a propagação do vírus devem ser suspensos o mais rápido possível, após os surtos”, disseram membros da Comissão Nacional de Saúde, na entrevista coletiva, realizada em Pequim, da qual participou o ministro da Saúde, Ma Xiaowei.

Cheng Youquan, diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China, disse que “alguns problemas” relatados recentemente pelo público não se devem às medidas, mas à sua aplicação por autoridades locais, que adotam uma “abordagem genérica”. Ele disse que alguns controles foram implementados “excessivamente”, sem atender às demandas específicas do povo.

Depois dos protestos realizados no fim de semana em várias cidades e universidades chinesas, as autoridades começaram a investigar as pessoas foram às manifestações e também adotou medidas para impedir novos atos, como o deslocamento de centenas de policiais a praças e outros espaços públicos onde poderia haver manifestações.

O porta-voz da comissão de Saúde, Mi Feng, disse que os governos locais devem “responder e resolver as demandas razoáveis ​​das massas em tempo hábil”.

Quando perguntado se o governo está reconsiderando sua política de enfrentamento à covid, Mi respondeu que as autoridades “estão estudando e ajustando nossas medidas de contenção da pandemia para proteger ao máximo o interesse do povo e limitar o impacto sobre as pessoas o máximo possível”.

Na segunda-feira 28, a China identificou 38 mil novos casos de covid, chegando ao sexto dia consecutivo com recorde de infecções. Na terça-feira, as autoridades também anunciaram um “plano de ação” para aumentar as taxas de vacinação entre os idosos. No geral, a taxa de vacinação da China é altíssima: até a segunda-feira, cerca de 90% da população havia recebido duas doses da vacina. Entre os idosos, a taxa chega a 66%.

Fonte: Revista Oeste

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