Petista provoca crise diplomática ao defender grupo que matou e sequestrou civis em Israel
O grupo terrorista Hamas agradeceu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo ataque a Israel, neste domingo, 18. Durante discurso na Etiópia, o petista comparou as ações do país na Faixa de Gaza com o holocausto do nazista Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial.
Em comunicado por meio do Telegram, o Hamas disse que “aprecia” as palavras de Lula e chamou Israel de regime “sionista”. O grupo terrorista atua em Gaza e sofre represálias dos israelenses desde outubro. Na época, os terroristas atacaram e mataram 1,3 mil pessoas em Israel.
“Apreciamos a declaração do presidente brasileiro Lula da Silva”, escreveu. “Que descreveu aquilo a que o nosso povo palestino está a ser submetido na Faixa de Gaza como um Holocausto, e que o que os sionistas estão a fazer hoje em Gaza é o mesmo como o que Hitler nazista fez aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial.”
Os terroristas se dizem defensores dos palestinos e administram o governo de Gaza. Eles acusam Israel de promover um massacre aos palestinos com o apoio dos EUA. O Hamas tenta barrar as represálias israelenses enquanto mantém mais de 100 pessoas como reféns.
“Apelamos ao Tribunal Internacional de Justiça para que leve em consideração a declaração do presidente brasileiro sobre as violações e atrocidades que o nosso povo palestino está sofrendo nas mãos do exército de ocupação criminoso e dos seus colonos terroristas”, informou o grupo. “Que nunca foram testemunhadas na história moderna.”
Lula compara ataques de Israel ao Hamas com o holocausto de Hitler
O presidente Lula comparou a ação de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus promovido pelo governo nazista de Adolf Hitler, na Alemanha. A fala aconteceu durante uma entrevista coletiva de imprensa na Etiópia, na manhã deste domingo.
Lula voltou a chamar de “genocídio” a ação de Israel na Faixa de Gaza e acrescentou: “O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico”, comentou. “Aliás, existiu, quando Hitler resolveu matar os judeus.”
A declaração aconteceu em resposta à decisão de países ocidentais de cortar verbas para a agência de refugiados palestinos das Nações Unidas (UNRWA), acusada por Israel de envolvimento nos atos terroristas de 7 de outubro.
Israel responde a declarações de Lula
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, informou que vai repreender o embaixador brasileiro em Tel Aviv, depois das declarações de Lula.
“As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves”, escreveu no Twitter/X. “Ninguém prejudicará o direito de Israel se defender. Ordenei ao pessoal do meu gabinete que convoque o embaixador brasileiro para uma chamada de repreensão amanhã.”
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também comentou as declarações do presidente brasileiro. Em falas parecidas com de seu ministro, ele disse que Lula “cruzou uma linha vermelha” e que “banalizou” o Holocausto.
“Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender”, publicou Netanyahu no Twitter/X. “Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é cruzar uma linha vermelha. Israel luta pela sua defesa e pela garantia do seu futuro até à vitória completa e faz isso ao mesmo tempo que defende o direito internacional.”
Netanyahu irá participar de uma conversa com seu ministro de Relações Exteriores e o embaixador brasileiro em Israel para uma “dura conversa de repreensão”. O encontro está marcado para acontecer nesta segunda-feira, 19.
Fonte: Revista Oeste