O mercado financeiro reagiu com cautela ao plano de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, para recuperação fiscal do país. O pacote de medidas foi divulgado na quinta-feira 12.
A promessa do petista é de entregar uma melhora fiscal de R$ 242 bilhões nas contas públicas deste ano apostando nas reversões de desonerações e em medidas extraordinárias para arrecadar mais.
Segundo o economista Luís Artur Nogueira, são propostas focadas em aumentar receita com pouca ênfase em corte de gastos. Ele avaliou que “faltaram ações concretas para diminuir as despesas”.
As iniciativas de Haddad, de acordo com o governo, seriam suficientes para reverter o déficit e recolocar o país no azul neste ano, embora o próprio ministro tenha admitido que o efeito pode ficar abaixo do esperado.
As iniciativas para elevar as receitas respondem pela maior parte do plano da equipe econômica (quase R$ 193 bilhões), enquanto aquelas para reduzir despesas representam R$ 50 bilhões.
O ministro afirmou, em entrevista a jornalistas, que parte das medidas pode sofrer alguma frustração. “Se somar a meta de cada ação, zera o déficit, [mas] sabemos que a meta de cada ação não será atingida”, afirmou.
Fiesp critica ações
A primeira entidade a criticar o conjunto de propostas foi a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). “A melhora do resultado fiscal não pode estar ancorada majoritariamente no aumento de receitas, tendo o Brasil uma das maiores cargas tributárias do mundo, arcando a indústria de transformação com parcela significativa do total de impostos arrecadados”, informou em nota.
A entidade acrescentou que “o alto volume de contencioso reforça a necessária e urgente reforma tributária. Desonerações precisam ser revisadas e discutidas à luz de uma ampla e isonômica reforma tributária”.
A nota é assinada pelo presidente da Federação, Josué Gomes. Ele é filho de José Alencar, ex-vice-presidente de Lula.
Fonte: Revista Oeste