A defesa de Jair Bolsonaro apresentou recurso contra a decisão do decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que tornou o ex-presidente inelegível por oito anos.
A decisão, que condenou Bolsonaro por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, foi proferida em 30 de junho, mas o acórdão — texto consolidado com a decisão dos ministros — foi publicado apenas na semana passada.
O relator, Benedito Gonçalves, irá analisar o recurso chamado de Bolsonaro, que posteriormente será levado ao plenário. Depois da análise pelo próprio TSE ainda cabe recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O recurso interposto pela defesa de Bolsonaro, chamado de embargos de declaração, serve para pedir esclarecimentos sobre pontos obscuros, contraditórios ou omissos da decisão.
Os argumentos de Bolsonaro contra a decisão que o tornou inelegível
A defesa do ex-presidente afirma que ele teve o direito à ampla defesa violado já que as questões processuais preliminares que apresentou durante o julgamento não teriam sido devidamente analisadas. O recurso também indica supostas nulidades no processo em relação a pedidos de depoimentos de testemunhas e produção de outras provas.
Além disso, os advogados também questionam também a inclusão de um documento novo no processo quando o prazo para inclusão de provas já tinha se encerrado. Eles se referem à chamada “minuta do golpe”, um documento apócrifo apreendido na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
O TSE decretou a inelegibilidade de Bolsonaro por 8 anos, considerando que ele cometeu abuso de poder econômico ao convocar embaixadores para reunião no Palácio da Alvorada. A campanha eleitoral ainda não havia começado e Bolsonaro era pré-candidato à reeleição. Na reunião, Bolsonaro questionou a segurança do sistema eleitoral brasileiro. A defesa argumentou que o encontro não teve caráter eleitoral.
Fonte: Revista OEste