Em meio a queimadas, ministros do petista parecem perdidos e Congresso não se move
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que, sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), as queimadas naturais e criminosas cobrem 60% do território nacional de fumaça, mais ou menos densa, a depender da região do país.
Além disso, na manhã de segunda-feira passada, o ar respirado na cidade de São Paulo foi considerado o pior do planeta pela IQAir, uma ONG acreditada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para medir a qualidade do ar em várias cidades do mundo.
Enquanto isso, o governo Lula e o Congresso Nacional parecem não reagir à altura. É o que destacam os editoriais dos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo desta quarta-feira, 11.
A Folha afirma que, com Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente, o governo federal aumentou o efetivo de brigadistas do Ibama de 2.109 para 2.255 desde a temporada de chamas de 2023, mas deixou reduzir-se de 1.415 para 981 o do ICMBio.
“O Congresso mal reage ao flagelo”, diz o jornal. “Verdade que aprovou legislação sobre manejo de fogo, porém depois de seis anos de tramitação e três de queimadas devastadoras. A bancada ruralista segue ativa na pauta antiambiental.”
“Cortou verbas do Ibama para combate a incêndios, depois recompostas por créditos extraordinários”, acrescenta a Folha. “Barrou a criação de uma autoridade climática por Lula.”
Em meio ao fogo, ministros de Lula parecem perdidos
Enquanto isso, há poucas semanas, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, já parecia perdido.
Durante uma viagem aos Estados do Amazonas, Pará e Rondônia, Dias afirmou ao Estadão que a tragédia ambiental era “uma coisa nova” – quando nova, a rigor, não é nem a prostração do governo federal diante de um problema há muito conhecido.
“Da ministra da Saúde, Nísia Trindade, ainda não se ouviu palavra sobre os cuidados que a população precisa tomar para resguardar a saúde sob condições tão adversas”, destaca o Estadão. “Por muito menos, outras autoridades já convocaram cadeia nacional de rádio e TV para se dirigirem aos brasileiros.”
“Talvez seja o caso de lembrar à sra. Trindade que ser melhor do que o inesquecível Eduardo Pazuello no cargo não basta para que ela possa ser vista como uma ministra da Saúde à altura das necessidades de um país como o Brasil”, acrescenta o jornal.
Nos âmbitos estadual e municipal, particularmente em São Paulo, o manejo da crise não parece ser menos problemático. Segundo o Estadão, a sensação transmitida à sociedade é de descompasso. “Ao que parece, todos estão tomando ciência da gravidade de um problema que, como já foi dito, não é novo nem será episódico”, diz a publicação.
“Na tragédia gaúcha, todos se uniram pela reconstrução”, afirma a Folha. “Lula foi ao Estado e cercou-se de ministros ao apresentar em pronunciamento medidas enérgicas para enfrentar a crise, com apoio do Legislativo e do Judiciário.”
Para o jornal, faltam planos, metas e articulação no poder público. “Cabe ao governo de um país em chamas liderar a mobilização para debelá-las, hoje, e prevenir que o despautério se repita no futuro”, conclui o texto.
Fonte: Revista Oeste