Coreia do Norte e a Coreia do Sul trocaram, nesta segunda-feira (24), tiros de advertência e acusações de violação da fronteira marítima, novo episódio no contexto de crescente tensão das últimas semanas.
Um navio mercante norte-coreano ultrapassou, na madrugada, a fronteira marítima perto da ilha de Baengnyeong, recuando depois de a Marinha sul-coreana ter disparado tiros de aviso, informou Seul.
“As contínuas provocações e reivindicações imprudentes do Norte minam a paz e a estabilidade da península coreana e da comunidade internacional”, afirmaram os chefes de Estado-Maior Conjunto, pedindo a Pyongyang que acabe com essas ações.
Militares da Coreia do Norte disseram que um navio militar sul-coreano violou a fronteira e que o Exército norte-coreano (KPA) disparou dez tiros de aviso, a partir da costa ocidental.
“As unidades de defesa da costa ocidental da KPA adotaram contramedida inicial para repelir poderosamente o navio de guerra inimigo”, disse um porta-voz em comunicado.
“Mais uma vez, emitimos aviso severo aos inimigos, na sequência das provocações marítimas, além do fogo de artilharia e da transmissão de mensagens transfronteiriças por meio de alto falantes”, acrescentou.
A “zona tampão” marítima foi estabelecida em acordo de 2018, firmado para evitar tensões entre os dois países.
Provocações
As provocações entre os dois países aumentaram nas últimas semanas, com Pyongyang fazendo vários lançamentos de mísseis e disparos de artilharia nas águas das costas leste e oeste, visando a essa fronteira, o que é considerado provocação pela Coreia do Sul e pelo Japão.
A Coreia do Norte também aumentou recentemente os testes de armas descritos como ataques “nucleares táticos”, simulados contra alvos na Coreia do Sul.
Seul e Washington disseram esperar que Pyongyang, que acredita estar ameaçada pelas manobras militares norte-americanas, sul-coreanas e japonesas na região, retome em breve os testes nucleares.
As tensões têm aumentado na península coreana desde o início do ano.
No mês passado, a Coreia do Norte também declarou o seu estatuto nuclear “irreversível”, fechando definitivamente a porta às negociações de desarmamento, e avisou que avançaria para ataques preventivos se fosse ameaçada.
A troca de tiros de advertência ocorre no mesmo dia em que a secretária de Estado-adjunta dos Estados Unidos, Wendy Sherman, viaja para o Japão, para conversações tripartites com aliados de Washington, Tóquio e Seul, numa demonstração de unidade após as ações norte-corfeanas.
Fonte: Agência Brasil