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Correios têm prejuízo de R$ 2,6 bilhões em 2024, o maior desde 2016

O rombo bilionário na estatal consta do balanço financeiro divulgado nesta sexta-feira, 9

Correios registraram rombo histórico | Foto: Reprodução/Facebook

Os Correios tornaram público nesta sexta-feira, 9, no Diário Oficial da União, o balanço financeiro referente ao exercício de 2024. O resultado foi um prejuízo de R$ 2,6 bilhões. A cifra representa um aumento expressivo em relação a 2023, quando a estatal teve perdas de R$ 597 milhões. Ao revisar os números do ano anterior, o rombo foi ajustado para R$ 633 milhões. A reclassificação teve como objetivo adequar os dados às normas contábeis.

O prejuízo bilionário coloca 2024 como o pior desempenho dos Correios desde 2016. Naquele ano, a empresa fechou com perdas de R$ 1,5 bilhão, valor que sobe para R$ 2,3 bilhões com a correção inflacionária. Entre os pontos críticos identificados está o desempenho das agências. Das 10,6 mil unidades de atendimento, apenas 15% apresentaram superávit. A grande maioria operou com mais despesas do que receitas.

Mesmo com o cenário negativo, a estatal destacou a manutenção do acesso universal aos serviços postais. A cobertura inclui todos os 5,5 mil municípios do país. A empresa afirma que pratica tarifas consideradas acessíveis, apesar do alto custo de manter unidades deficitárias em operação.

Fabiano Santos, presidente dos Correios, e Lula | Foto: Reprodução/Twitter/X/@correiosBR

Em contrapartida, os Correios anunciaram aportes relevantes ao longo do ano. Somente em 2024, os investimentos alcançaram R$ 830 milhões. Com isso, o total investido nos dois últimos anos chegou a R$ 1,6 bilhão. Parte significativa desse montante foi destinada à renovação da frota e à manutenção da infraestrutura.

O plano estratégico da empresa prevê modernização e transição para práticas mais sustentáveis. No ano passado, os Correios adquiriram 50 furgões elétricos, 2,3 mil bicicletas elétricas, 3,9 mil bicicletas com baú e mais 1,5 mil veículos convencionais para renovação da frota. Esses equipamentos integram o projeto ambiental de cinco anos da companhia.

Em nota, a empresa afirmou que a sustentabilidade seguirá como diretriz principal nas decisões corporativas.

“A sustentabilidade continuará a ser tema central em nosso dia a dia. Esperamos evoluir ainda mais em nossos propósitos de caráter social e ambiental”, declarou a estatal.

O enfraquecimento da receita também contribuiu para o resultado negativo. A arrecadação com serviços caiu para R$ 18,9 bilhões, valor inferior ao registrado em 2023, que foi de R$ 19,2 bilhões. Essa é a menor receita desde 2020, quando a empresa somou R$ 17,2 bilhões.

Custos operacionais aumentaram consideravelmente

Além disso, os custos operacionais aumentaram consideravelmente. Em 2024, chegaram a R$ 15,9 bilhões, contra R$ 15,2 bilhões no ano anterior. O crescimento foi impulsionado por despesas com pessoal. Esses gastos passaram de R$ 9,6 bilhões para R$ 10,3 bilhões. A estatal atribuiu a alta ao Acordo Coletivo de Trabalho, que adicionou R$ 550 milhões aos custos, e ao reajuste no vale-refeição, que somou R$ 41 milhões.

Outro fator de impacto foi o aumento nas despesas administrativas. Em 2024, o total chegou a R$ 4,7 bilhões. O número representa um acréscimo de R$ 655 milhões em relação a 2023 e atingiu o maior valor histórico da empresa nesse tipo de gasto.

O resultado financeiro também agravou a situação. A estatal registrou déficit de R$ 379 milhões nessa área. No ano anterior, o mesmo indicador apresentou superávit de R$ 44 milhões. Em 2024, as despesas financeiras somaram R$ 846 milhões, enquanto as receitas com aplicações atingiram R$ 466 milhões.

Fonte: Revista Oeste

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