Os parlamentares governistas que compõem a CPMI do 8 de Janeiro no Congresso receberam ordem expressa para evitar o depoimento do general Gonçalves Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Com maioria numérica, conseguiram ganhar fôlego até a próxima semana.
Para os holofotes da imprensa, o grupo liderado por Randolfe Rodrigues (AP) vendeu a narrativa de que é mais articulado e preparado para uma comissão desse porte. Conseguiu emplacar nesta terça-feira, 13, a votação de requerimentos em bloco — como quebra de sigilos e convocações.
Mas a preocupação do governo é outra: G.Dias, como é conhecido o ex-guarda-costas de Lula, deixou o governo “pela porta dos fundos”, como afirmam os próprios deputados do centrão que estão ajudando o governo em troca de cargos e emendas parlamentares.
Ao ganhar tempo empurrando o depoimento de G.Dias, considerado inevitável porque terá de constar do relatório final da CPI, o governo aguarda que o Supremo Tribunal Federal (STF) acelere o desfecho do 8 de janeiro na Corte.
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Ontem, o ministro Alexandre de Moraes pediu 45 dias para compartilhar os inquéritos que tramitam em sigilo na Corte. Como os parlamentares da base não têm acesso ao general, seu estado de espírito é desconhecido diante do surgimento de novas evidências acerca da omissão de informações sobre o risco de ataques em Brasília.
Nas palavras de um dos integrantes da CPMI que se diz “independente”, o governo teme — mais do que a presença de “infiltrados” — a tese de que “sabia de tudo” o que estava em curso e deixou o estrago acontecer. Isso, se comprovado por meio de uma confissão, seria combustível para um processo de impeachment. A nova informação, publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, de que G.Dias mandou omitir dados enviados ao Congresso pode encurtar o plano de blindagem.
Fonte: revista Oeste