Um grupo de deputados de oposição enviou notícia-crime à Polícia Federal na qual pede a abertura de inquérito para apurar doações feitas em nome do novo juiz da Lava Jato, Eduardo Appio, para campanhas eleitorais. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que Appio doou, nas eleições de 2022, R$ 13 a Lula e R$ 40 para Ana Júlia Ribeiro, deputada estadual do Paraná, também filiada ao PT.
À imprensa, Appio, recentemente nomeado titular da 13ª Vara Federal, em Curitiba, negou ter contribuído com as campanhas petistas. Por isso, os deputados querem saber “se laranjas fizeram as doações”. “Se for verdade que ele não fez as doações, estamos diante de possível esquema ilegal de financiamento de campanha, utilizando dados de terceiros sem consentimento”, escreveu o deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR), em uma postagem no Twitter.
Segundo ele, também assinam a notícia-crime os deputados Alfredo Gaspar (União-AL), Luiz Bragança (PL-SP), Luiz Lima (PL-RJ), Maurício Marcon (PODE-RS), Pedro Aihara (Patriota-MG) e Joaquim Passarinho (PL-PA).
“Os fatos são graves. Se os indícios forem comprovados, é preciso apurar urgentemente a existência de possíveis crimes eleitorais, de falsidade ideológica e também de lavagem de dinheiro, já que os valores também podem ter sido “lavados” para financiar campanhas do PT”, escreveu Dallagnol, ex-procurador da República, que foi coordenador da Lava Jato no Ministério Público Federal.
Deltan, depois de saber da doação em nome de Appio, tinha questionado a imparcialidade do juiz para conduzir a Lava Jato.
Depois disso, Apppio negou ter feito a doação a Lula e afirmou que não é filiado a partido político e não tem tendência política. Recentemente, a imprensa divulgou que o magistrado adotou uma espécie de “apelido” no sistema processual da Justiça, o e-proc, em alusão à campanha de Lula. A identificação, no entanto, foi alterada depois que o magistrado assumiu o comando da operação.
O juiz disse que não iria comentar o motivo pelo qual adotou “LUL22” como assinatura. Segundo ele, trata-se de uma questão de “segurança cibernética”, e o código não tem nenhum vínculo ideológico ou partidário com Lula.
Fonte: Revista Oeste