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Empresários se manifestam contra o apoio de Lula à acusação de genocídio praticado por Israel

Um grupo de empresários, executivos, pesquisadores e artistas assinou um abaixo-assinado pedindo a retirada do apoio de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à uma ação movida pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça, em Haia, nos Países Baixos.

Johannesburgo acusa Tel-Aviv de genocídio em Gaza. O manifesto direcionado ao petista afirma que a acusação é infundada e cobra a adoção de uma posição justa e equilibrada por parte do governo brasileiro.

No final da tarde desta quinta-feira, 18, a página da petição online mostrava mais de 17 mil assinaturas. A lista inclui até mesmo aliados de Lula, como a empresária Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza.

Luiza Helena está entre as 119 personalidades que apoiaram o manifesto. Também assinam a ex-ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Ellen Gracie; o empresário e economista Roberto Giannetti da Fonseca; o presidente da Suzano, Walter Schalka; o CEO de O Boticário, Artur Grynbaum; o CEO na Natura, Fábio Colletti Barbosa; o presidente do conselho do Hospital Albert Einstein, Claudio Lottenberg; o presidente do Google Brasil, Fabio Coelho; o cientista político Christian Lohbauer; aatriz Bruna Lombardi e a microbiologista Natália Pasternak.

Empresários discordam de Lula sobre Israel ter praticado ‘genocídio’

O texto reconhece a complexidade do conflito e o sofrimento da população em Gaza, mas ressalta que o termo ”genocídio” implica na intenção deliberada de exterminar um povo, o que não é o objetivo de Tel-Aviv.

A petição também destaca que a guerra foi desencadeada pelo ataque terrorista do Hamas de 7 de outubro. Dessa forma, o documento instiga uma reconsideração desse apoio e propõe uma abordagem justa e equilibrada.

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Autor do manifesto, o empresário Charles Putz disse ao jornal O Estado de S. Paulo que a ideia surgiu a partir de um grupo com empresários no WhatsApp.

“Em essência, o que nós estamos dizendo é que buscamos uma abordagem mais justa e equilibrada”, explicou. “O governo brasileiro cobra Israel, mas não cobra o Hamas.”

Segundo Putz, o manifesto foi encaminhado à Presidência da República, que confirmou o recebimento, mas não deu retorno.

O manifesto

Veja a seguir o texto do manifesto na íntegra:

Nós, cidadãos preocupados, expressamos nosso descontentamento com a decisão do governo brasileiro de apoiar a ação da África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça. Compreendemos a complexidade da situação em Gaza e o sofrimento da população local. No entanto, é imperativo avaliar todos os aspectos antes de endossar tal iniciativa, principalmente quando se trata da séria acusação de genocídio.

Genocídio, por definição, implica a intenção de exterminar pessoas com base em nacionalidade, raça, religião ou etnia. Não acreditamos que seja sua visão ou a percepção geral dos brasileiros que Israel tenha tal objetivo. Pelo contrário, reconhecemos que o conflito teve início com um ataque terrorista do Hamas, que declaradamente busca a eliminação de Israel e de seu povo.

O Hamas utiliza civis como escudos humanos e mantém reféns inocentes, o que contribui significativamente para a complexidade e gravidade da situação em Gaza. Ao apoiar o pedido da África do Sul, o Brasil pode inadvertidamente reforçar uma visão distorcida dos eventos, simplificando uma realidade complexa.

Instamos, portanto, uma reconsideração desse apoio e a adoção de uma abordagem justa e equilibrada. Enquanto buscamos aliviar o sofrimento em Gaza, é crucial pressionar não apenas Israel, mas especialmente o Hamas, para que cesse o uso de escudos humanos e liberte os reféns. A responsabilidade pela situação deve ser atribuída a todas as partes envolvidas, sem acusações infundadas, como a de genocídio praticado por Israel.

Apelamos por uma atitude que promova a verdade, a justiça e um ambiente propício para negociações de paz duradouras.

Brasil, 15 de janeiro de 2024

Fonte: Revista Oeste

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