Armamento vinha sendo pedido há meses pelo governo ucraniano e norte-americanos optaram pelo envio após análises de seu arsenal
O presidente Joe Biden, informou ao ucraniano Volodimir Zelenski, que os Estados Unidos (EUA) fornecerão à Ucrânia mísseis de longo alcance. A munição será do tipo ATACMS.
O armamento vinha sendo pedido há meses pelo presidente Zelenski, para atacar bases aéreas, redes ferroviárias e interromper linhas de suprimentos no território ucraniano ocupado pela Rússia.
A emissora NBC News e o jornal britânico Financial Times, deram a informação, com base em três autoridades americanas e um funcionário do Congresso dos EUA.
Os mísseis ATACMS podem atingir alvos a até 300 quilômetros de distância. O Exército dos EUA afirma que são projetados para “ataques profundos às forças inimigas”. A Ucrânia pedia centenas deles, inclusive os que têm uma única ogiva explosiva.
O receio dos EUA era a possibilidade do envio ampliar a escala do conflito e também deixar as forças de defesas norte-americanas mais desguarnecidas.
Mas o Pentágono decidiu pelo envio de uma quantidade limitada, por também já ter enviado bombas de fragmentação, o que não esgotaria os estoques de mísseis com ogivas unitárias, segundo informações obtidas pelo Financial Times. A bomba de fragmentação é um armamento controverso e banido por 111 países.
A Ucrânia vem usando mísseis de curto alcance dos EUA, os Himars, e mísseis de longo alcance produzidos pelo Reino Unido e pela França, o Storm Shadow. Foi esse o armamento usado na sexta-feira para atacar uma sede da frota marítima russa do Mar Negro, na Crimeia.
Os mesmos lançadores Himars já usados pela Ucrânia, podem disparar os ATACMS. O Storm Shadow precisa ser disparado do ar, a partir de caças ucranianos.
Decisão teria sido tomada antes da visita de Zelenski aos EUA para Assembleia da ONU
A Casa Branca não divulgou nenhuma decisão sobre o ATACMS quando Zelenski visitou Washington na quinta-feira para conversar com Biden. Isso também não foi incluído no anúncio do novo pacote de ajuda militar de US$ 325 milhões para Kiev.
Na ocasião, Biden garantiu publicamente a Zelenski que o apoio maciço dos EUA à guerra para repelir os invasores russos será mantido, mesmo com a oposição de alguns legisladores republicanos.
A Casa Branca e o Pentágono não quiseram comentar a reportagem da NBC e as informações do Financial Times.
A decisão teria sido tomada antes da visita de Zelenski aos EUA esta semana, para a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Mas a opção do governo Biden de não anunciar publicamente teria relação com o receio de que os russos ficassem sabendo antes do tempo adequado.
Zelenski também não confirmou a reportagem da NBC, mas observou que os Estados Unidos eram o maior fornecedor individual de armamentos para a Ucrânia.
“Estamos discutindo todos os diferentes tipos de armas – armas de longo alcance e artilharia, projéteis de artilharia com calibre de 155 mm e sistemas de defesa aérea”, disse em Ottawa, em coletiva durante uma visita oficial ao Canadá.
Fonte: Revista Oeste