O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nomeou o ex-governador de Minas Gerais Fernando Pimentel para a presidência da estatal Emgea, vinculada a sua pasta. O nome de Pimentel foi aprovado pelo conselho de administração na semana passada. Ele deve receber uma remuneração mensal de mais de R$ 42 mil, de acordo com os dados fornecidos pela empresa.
Filiado ao Partido dos Trabalhadores, Pimentel também atuou como ministro do Desenvolvimento da ex-presidente Dilma Rousseff, de quem tem proximidade há anos. Em 2014, elegeu-se governador de Minas Gerais como primeiro petista a conquistar o cargo. No dia 28 de março, ele foi recebido por Haddad, já como presidente da Emgea.
Fernando Haddad e Pimentel
O nome de Pimentel é conhecido na cúpula do PT. Em outras oportunidades, teve seu nome envolvido em diferentes acusações de corrupção. Uma delas foi a Operação Acrônimo, que investigava um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo colaboradores da sua campanha a governador.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) citou na denúncia repasses da concessionária Caoa e de outras empresas de Benedito Rodrigues de Oliveira. Em julho de 2020, o inquérito foi arquivado, por falta de provas. Em 2022, o ex-governador foi candidato a deputado federal por Minas Gerais, mas não conseguiu se eleger.
Outro impeditivo seria a validade da Lei das Estatais, que proíbe a participação de pessoas que participaram de campanhas eleitorais em postos de comando de empresas, como a Emgea. Entretanto, esse trecho da lei está suspenso por uma liminar do ministro do STF Ricardo Lewandowski.
A estatal Emgea
A Emgea foi criada em 2001, para administrar créditos podres da Caixa Econômica Federal, criados durante a década de 1990.
Os planos do governo Bolsonaro eram liquidar a empresa, vendendo parte de sua carteira de ativos e repassando o restante para o próprio banco estatal. A administração, no entanto, enfrentou muitas dificuldades financeiras, atrasando e parcelando salários de servidores.
Fonte: Revista Oeste