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Inflação: governo Lula ignora que preços elevados chegarão aos supermercados, afirma Estadão

Analistas aumentam as projeções de piora do quadro para 2025

No Boletim Focus divulgado pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira, 25, analistas elevam as projeções para a inflação e a taxa básica de juros, a Selic, em 2025. O mercado subiu as expectativas de aumento dos preços de bens e serviços do ano que vem, que passou de 4,12% para 4,34%.

Diante da piora no cenário econômico do país, o jornal O Estado de S. Paulo analisa que o dólar em elevação, os alimentos mais caros, o consumo das famílias em alta e o desemprego em nível baixo fizeram bancos e corretoras ajustarem suas expectativas a uma conjuntura mais desafiadora nos próximos meses.

Ainda de acordo com o Boletim Focus, a previsão para a inflação em 2026 saltou de 3,70% para 3,78%; e a de 2027, de 3,50% para 3,51%. Já a previsão do dólar para o fim de 2024 saiu de R$ 5,60 para R$ 5,70.

O Ministério da Fazenda também admitiu a piora do quadro inflacionário no país para este e o próximo ano.

Previsão da inflação reflete no IGP-M

Consequentemente, a expectativa para o IGP-M, índice usado como referência para o reajuste de aluguéis, subiu de 5,45% para 5,98% no fim deste ano.

Expectativa para IGP-M, índice de referência para reajuste de aluguéis, subiu de 5,45% para 5,98% no fim deste ano | Foto: Divulgação/CEF

“Mas o que realmente tem chamado atenção são a rapidez e a intensidade com que as expectativas têm piorado”, comentou o Estadão em seu editorial desta terça-feira, 26.

Para o jornal, tudo isso torna “ainda mais incompreensível” a demora do governo Luiz Inácio Lula da Silva em anunciar o ajuste fiscal. “Seria a única maneira de interromper a piora das expectativas”, alertou a publicação.

“O Executivo não parece compreender a gravidade da situação, age como se estivesse imune a esses riscos e ignora que os preços mais elevados em breve chegarão aos preços dos itens nas gôndolas dos supermercados”.

O texto ressalta que “negar essa realidade não fará com que ela desapareça”. E como lembrou ao jornal o economista José Roberto Mendonça Mendonça de Barros, “uma inflação elevada derruba a avaliação de qualquer governo”.

Folha fala em ‘corrosão da credibilidade da política econômica’ do governo

Também em seu editorial de hoje, a Folha de S.Paulo afirmou que o governo Lula mina a sua credibilidade com alguns vícios. “Ele subestima o gasto previdenciário, cuja projeção subiu R$ 31 bilhões no ano”, escreveu o jornal.

“Não pode passar em branco a permanência alarmante de vícios da administração petista no trato do Orçamento”, destacou o texto. “Um caso vexatório se dá na subestimação escancarada das despesas do Tesouro nas projeções oficiais — que contribui para a corrosão da credibilidade da política econômica.”

Segundo o editorial, cotações do dólar, inflação e juros estão em alta por causa da percepção de que as atuais regras fiscais são insustentáveis. “O governo Lula precisa apresentar providências imediatas e mostrar que elas serão suficientes para estancar a escalada da dívida pública”, sugere o jornal.

Fonte: Revista Oeste

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