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Lula já gastou quase R$ 27 milhões com reformas e troca de móveis em palácios presidenciais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama, Janja da Silva, já gastaram, desde janeiro, quase R$ 27 milhões com reformas, móveis e decoração nos palácios destinados à Presidência da República: o Palácio do Planalto, local oficial de trabalho do presidente da República; o Palácio da Alvorada, residência oficial; a Granja do Torto, casa de campo do casal; e Palácio do Jaburu, destinado ao vice-presidente Geraldo Alckmin.

O valor consta de levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo e não inclui os gastos com manutenção nem pagamento de funcionários. O valor supera os gastos de outros presidentes com esse tipo de despesa, afirmou o jornal.

Entre os itens com os quais o casal gastou dinheiro público neste ano, estão troca de piso, compra de novo enxoval, que inclui lençóis com fio egípcio, tapetes de mais de R$ 100 mil, persianas automáticas e a troca de piso no Jaburu por mais de R$ 150 mil.

Tapete vai dar mais ‘brasilidade’ aos palácios presidenciais, diz edital do governo Lula

No caso do tapete destinado no Palácio do Planalto, ao custo de R$ 114 mil, o objetivo foi dar mais “brasilidade” ao ambiente. Esse item faz parte de uma compra junto com outros 12, sendo dez para o Planalto e dois para o Alvorada, em licitação cujo edital foi aberto no fim de novembro.  

Os tapetes são de náilon e de sisal e juntos somam R$ 375 mil. Os preços de cada tapete variam de R$ 736 a R$ 114 mil. Os mais caros são itens inspirados em desenhos modernistas do arquiteto Burle Marx, “com formato orgânico pensado a partir das linhas do espelho d’água do Palácio do Planalto”. Essas peças devem ser usadas em áreas onde ocorrem eventos e cerimônias no Planalto.

Lula e Janja afirmam que os tapetes orientais, que atualmente ambientam as salas e os gabinetes dos Palácios presidenciais, não trazem aos seus espaços a “brasilidade” necessária. Segundo o estudo técnico preliminar, “realizou-se uma pesquisa sobre as tipologias de materiais utilizados na produção de tapetes brasileiros, bem como sobre os locais e meios originários de fabricação das peças de tapeçaria no país, objetivando uma maior integração visual entre os espaços do prédio”.

Lula e Janja também gastam com persianas, sofás e lençóis de fio egípcio

Lula e Janja querem dormir em algodão egípcio; o gasto será de de R$ 89 mil
Na licitação dos enxovais, foi exigido que os roupões sejam ‘canelados na parte externa e atoalhados na parte interna, com bolsos e cinto, na cor branca, fio penteado, 100% algodão’ | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Além dos tapetes que estão sendo comprados para o Alvorada e o Planalto, Lua e Janja já trocaram parte dos móveis do Alvorada por itens de luxo. Um dos sofás custou R$ 65 mil. Para a Granja do Torto, o casal vai gastar R$ 156 mil com a troca de piso.

O objetivo é “padronizar” o ambiente com materiais que tenham “maior durabilidade e que exijam uma baixa manutenção”. O novo piso será de vinílico e tem como característica o fato de ser “mais macio e confortável”.

Também estão sendo gastos R$ 130 mil num enxoval de lençóis e roupas de cama e de banho. Entre os itens, de “primeira linha”, conforme afirma o edital, estão 31 colchas que devem ser feitas de “100% algodão egípcio”, com “300 fios, percal, toque acetinado”.

Outro edital da Presidência prevê gasto de R$ 183 mil com persianas motorizadas e cortinas e R$ 358 mil com em árvores de Natal e arranjos de “flores nobres, tropicais e de campo” para recepcionar autoridades, políticos e artistas.

O que diz o governo Lula

Um decreto publicado em 27 de setembro de 2021 proíbe a aquisição de bens de luxo — que apresentam ostentação, opulência, forte apelo estético ou requinte  — pelo governo federal, o que inclui a própria Presidência da República.

Entretanto, a Presidência não considera os tapetes de mais de R$ 100 mil, por exemplo, como itens luxuosos. Ao Estadão, a Secretaria de Comunicação (Secom) afirmou que o item “tem as características superiores justificadas em face da estrita atividade do órgão ou da entidade”.

Sobre os outros itens, a Secom informou que as peças respeitam os padrões e referências dos Palácios oficiais, passarão “a integrar o patrimônio da União e serão utilizadas pelos futuros chefes de Estado que lá residirem”.

Fonte: Revista Oeste

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