Para o jornal, qualquer posição que não seja o reconhecimento de fraude eleitoral na Venezuela é uma posição cúmplice
Desde que sua fraude eleitoral ficou evidente para o mundo, Nicolás Maduro está abusando da violência contra a população da Venezuela que se opões ao ditador. Mas o alvo agora são adolescentes a partir dos 13 anos. De acordo com o jornal The Washington Post, Maduro teria prendido e torturado 120 menores de idade por “atos terroristas”.
Diante desse fato, “não cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva outra posição digna que não a condenação veemente do regime chavista”. É o afirma o editorial de opinião do jornal O Estado de S. Paulo desta quinta-feira, 29.
Com o título “O dever de condenar Maduro”, o texto afirma que “Maduro está babando de ódio pela oposição” e relata quanto “a sanha persecutória de Maduro atingiu um patamar de violência inaudito até para o conhecido padrão de crueldade do regime chavista”.
Segundo relatos ao TWP, forças de segurança de Maduro e milícias conhecidas como “Coletivos” sequestraram centenas de adolescentes na Venezuela. Alguns desses jovens foram retirados à força de suas famílias, presos e torturados.
A violência de Nicolás Maduro contra a oposição
Os adolescentes fazem parte dos cerca de 1,6 mil venezuelanos detidos após protestos contra fraude eleitoral, comprovada pelo Carter Center.
Além dos abusos contra menores, há relatos de pais e mães extorquidos por policiais chavistas. Eles são obrigados a pagar em dólares pela alimentação de seus filhos na prisão ou para ter acesso a um breve contato físico com eles.
“Que tipo de tratamento merece um governo que põe as suas forças de segurança para caçar cidadãos, inclusive menores de idade, que simplesmente ousaram contestar o resultado de uma eleição ou às vezes nem isso?”, pergunta o Estadão.
Para o jornal, Lula, enquanto chefe de Estado e de governo da maior economia da América do Sul e segunda maior democracia das Américas, já deveria ter parado de ser complacente com o tirano venezuelano.
“Diante desses relatos de prisão e tortura de adolescentes, Lula tem o dever moral de abandonar a infame posição de espera pela divulgação das atas eleitorais para condenar de forma inequívoca a fraude e a violência perpetradas por Maduro”, observou o editorial.
Segundo o Estadão, “qualquer posição que não seja o reconhecimento da fraude [no pleito eleitoral] é uma posição cúmplice”.
Fonte: Revista Oeste