Mais de 300 pessoas foram presas na quinta-feira 16 na França, depois de terem participado de manifestações contra a reforma da previdência do governo de Emmanuel Macron. As mudanças legislativas foram feitas sem votação na Assembleia Nacional, onde o governo possivelmente seria derrotado. Essa atitude acirrou os ânimos.
Milhares de pessoas se reuniram na simbólica Praça da Concórdia sob o lema de “bloquear o país”. Alguns manifestantes também atearam fogo a contêineres, destruíram carros e montaram barricadas.A polícia usou gás lacrimogêneo e jatos de água para dispersar a população.
O governo francês informou que nessa região 258 pessoas foram detidas. As outras prisões ocorreram em outras localidades, já que 24 cidades da França, além de Paris, também registraram manifestações, reunindo cerca de 52 mil pessoas, segundo um balanço da polícia. Houve registro de violência em Rennes, Nantes e Lyon.
No Parlamento, deputados prometeram uma reação contra o governo. Tanto a direita quanto a esquerda anunciaram que vão apresentar moções de censura para tentar derrubar o governo da primeira-ministra Elisabeth Borne por ter aprovado a reforma da previdência sem o aval legislativo.
A imprensa francesa é unânime em criticar o presidente Macron por ter usado o polêmico mecanismo de aprovar a polêmica lei sem passar pela Assembleia Nacional. Os jornais consideram que o recurso demonstra o “fracasso” e a “fraqueza” do presidente.
Macron considera as mudanças na previdência — incluindo o aumento da idade para se aposentar de 62 para 64 anos — essenciais para a saúde econômica da França.
Liderados por sindicatos, dezenas de categorias estão em greve geral há oito dias e um dos problemas é o acúmulo de lixo pelas ruas da capital e das grandes cidades, já que os garis aderiram à paralisação. Também estão paralisados os serviços de transporte, gerando dias de caos aos franceses.
Fonte: Revista Oeste