Depois da campanha ao Senado em que adotou o tom mais ameno, o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) voltou a fazer críticas ao governo estadual. Desta vez, o tucano taxou a proposta de contribuição do agronegócio feita pelo Palácio das Esmeraldas como parte de uma “traição” do governador Ronaldo Caiado (UB). O vice-governador eleito, Daniel Vilela (MDB), rebateu.
“Ronaldo Caiado está se mostrando o maior traidor do agronegócio goiano. Só esperou a eleição passar para sangrar ainda mais o produtor, que já está em dificuldades”, publicou Perillo em sua conta do Twitter.
Marconi ainda diz que resistiu a taxações semelhantes durante seus quatro mandatos como governador. “Realizei obras de infraestrutura em todos os cantos do Estado”, disse, além de fazer elogios ao agronegócio e dizer que o segmento representa a maior parte economia estadual.
“E, agora, Caiado quer encher os cofres do seu governo com o dinheiro e suor de quem produz e já paga altos impostos”, concluiu.
Resposta
Daniel Vilela (MDB) foi quem respondeu os ataques, também pelo Twitter. Segundo o emedebista, quem seria o maior traidor do agro é o próprio Marconi Perillo, que teria deixado a infraestrutura de Goiás “acabar”.
Daniel Vilela cita a antiga Agetop como “sinônimo de ineficiência e corrupção”.
“Marconi traiu o agro ao sucatear a Celg e deixar o homem do campo sem energia, para depois vender a empresa a preço de banana. Marconi traiu o agro ao cruzar os braços e permitir que os produtores ficassem reféns de quadrilhas especializadas em saquear propriedades rurais”, rebateu.
O vice-governador eleito ainda diz que Caiado conserta 20 anos de “lambanças dos governos do PSDB”.
“O produtor rural não é mais refém de bandido e sabe onde os recursos do Estado são investidos”, pontuou.
Entenda
O Mais Goiás já mostrou que Caiado busca apoio entre os representantes do agro e entre os deputados estaduais para aprovação de uma contribuição, que teria objetivo de garantir investimentos em infraestrutura. O governador defende a criação da contribuição sobre produção agrícola diante da queda de arrecadação do ICMS sobre combustíveis, adotado a partir de medida do governo Jair Bolsonaro (PL).
A ideia é seguir outros estados do Centro-Oeste, que aplicam cobranças sobre operações do setor, tanto dentro de Goiás como para relações comerciais externas. Com isso, o governo espera arrecadar até R$ 1 bilhão por ano.
No entanto, entidades ligadas ao setor agrícola— como a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e a Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA) — se manifestaram contra a medida.
Fonte: Mais Goiás