O presidente argentino Javier Milei disse que vai transferir a embaixada da Argentina em Israel para Jerusalém. A confirmação ocorreu no momento em que Milei aterrissou em Israel e cumprimentou o ministro das Relações Exteriores, Yisrael Katz, na terça-feira 6.
Em nota, Katz agradeceu Milei pelo reconhecimento a Jerusalém como capital de Israel e pelo anúncio da transferência da embaixada argentina para o local.
“Obviamente, meu plano é mudar a embaixada para Jerusalém Ocidental”, afirmou o chefe do Executivo argentino no Aeroporto Ben Gurion, perto de Tel-Aviv, cidade israelense.
Veja a chegada de Milei em Israel e o recente anúncio da transferência da embaixada:
Palestinos e israelenses reivindicam a cidade como a capital. Ao estabelecer a representação diplomática argentina em Jerusalém, Milei reconhece a região como um território de Israel.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, parabenizou Milei pelo cumprimento de sua promessa de campanha. Os dois líderes devem se reunir pessoalmente nesta quarta-feira, 7.
Em seu perfil no Twitter/X, Netanyahu saudou a chegada do presidente argentino em Israel. O premiê felicitou a decisão da “transferência da embaixada Argentina para Jerusalém” e deu boas-vindas.
A grande maioria dos países mantém suas embaixadas em Tel-Aviv. Isso porque a Jerusalém Oriental também é reivindicada como capital de um futuro Estado palestino.
Em 2017, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou a transferência da embaixada americana de Tel-Aviv para Jerusalém. Contudo, a decisão inflamou os ânimos no Oriente Médio e provocou uma onda de protestos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. Apesar de polêmica, a mudança não foi revertida pelo atual presidente norte-americano, Joe Biden.
Mudança da embaixada em Israel provoca reação do Hamas
O Hamas se contrapôs à decisão de Milei. O grupo terrorista disse que mudar a embaixada seria “um desrespeito aos direitos humanos do povo palestino à sua terra”. De acordo com eles, Jerusalém é a “terra palestina ocupada”.
Em outra medida de apoio ao Estado de Israel, Milei disse que pretende classificar o Hamas como uma “organização terrorista”, conforme apuração do jornal Clarín.
Com isso, o grupo fará parte do Registro de Pessoas e Entidades Ligadas a Atos de Terrorismo (RePET). O líder argentino já havia tentado a mudança desde sua passagem na Câmara dos Deputados, durante o governo de Alberto Fernández. A decisão ainda passará por outros órgãos oficiais argentinos.
Agenda de Milei em Israel e na Europa
O presidente argentino terá uma sequência de compromissos oficiais no Oriente Médio e na Europa. Ele se reuniu, na terça-feira, com o presidente israelense, Isaac Herzog. Nesta quarta-feira, 7, Milei vai se encontrar com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Durante sua viagem, Milei deve visitar, ainda, o museu do Holocausto, Yad Vashem, e um dos kibutz atacados pelos comandos do Hamas. Em 7 de outubro de 2023, o grupo terrorista lançou um ataque surpresa no sul de Israel, que deixou mais de 1,1 mil mortos.
O líder argentino também pretende ir à Itália para se reunir com a primeira-ministra Giorgia Meloni. Ainda terá um encontro com o papa Francisco, no Vaticano, na próxima segunda-feira, 12.
Em visita ao Muro das Lamentações na terça-feira, em Jerusalém, Milei ficou visivelmente emocionado. O muro é o local de oração mais sagrado para judeus.
Fonte: Revista Oeste