Pelo menos 250 militantes do Movimento Sem Terra (MST) invadiram três áreas pertencentes a uma usina, na cidade de Timbaúba, em Pernambuco, na madrugada de segunda-feira 3. A área é de cerca de 800 hectares. A invasão deu início ao chamado Abril Vermelho, organizado anualmente pelo movimento, para invadir propriedades, para pressionar por reforma agrária.
Em comunicado, o MST informou que as áreas invadidas são improdutivas e “que não cumprem a função social, que é produzir alimentos para a sociedade”. Afirma também que a situação atual da região invadida é “predatória e tem impactos à natureza”.
O movimento alegou que as terras são pertencentes ao governo de Pernambuco e que foram griladas pela usina.
O documento divulgado pelo MST cita ainda o artigo 184, da Constituição, que diz que a União deve “desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária”.
Na Bahia, fazendeiros preocupados com a inércia dos governos de Lula e de Jerônimo Rodrigues, governador do Estado, em conter as invasões de propriedades rurais, estão se organizando, com apoio de prefeituras e de entidades de classe, para enfrentar o Abril Vermelho.
Um dos organizadores do movimento de resistência é o fazendeiro Luis Uaquim, que produz cacau e cria gado em Ilhéus. Entrevistado pela CNN Brasil, ele disse que “o movimento é uma reação ao governo Lula”. “A mudança de governo na esfera federal trouxe de volta uma política — apoiada pelo PT — das invasões de terra”, declarou o fazendeiro. E acrescentou: “Isso acaba sendo pior na Bahia, porque o PT governa o Estado há 16 anos, então o MST encontra aqui solo fértil para invadir”.
Fonte: Revista Oeste