Em discurso nesta sexta-feira, 1º, na abertura da conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, citou a queda no desmatamento na Amazônia neste ano, mas omitiu a destruição acelerada da floresta pelas queimadas e a devastação recorde — pelo desmatamento e pelas queimadas — de outro bioma do país: o Cerrado.
“Reduzimos drasticamente o desmatamento na Amazônia e vamos zerá-lo até 2030”, discursou o petista, sem citar as queimadas e o Cerrado. “Formulamos um plano de transformação ecológica para promover a industrialização verde, a agricultura de baixo carbono e a bioeconomia.” O petista acrescentou: “O Brasil está disposto a liderar pelo exemplo. Ajustamos nossas metas que são hoje mais ambiciosas do que a de muitos países desenvolvidos.”
Lula atribuiu a mudanças climáticas o calor registrado na Amazônia neste ano e as tempestades que afligiram o Sul do país, especialmente Rio Grande do Sul e Santa Catarina. “2023 já é o ano mais quente dos últimos 125 mil anos. A humanidade sofre com secas, enchentes, ondas de calor cada vez mais extremas de frequentes. No norte do Brasil, a Amazônia amarga é uma das mais trágicas secas de sua história. No Sul, tempestades e ciclones deixam um rastro inédito de destruição.”
Apesar disso, secas como essa já foram registradas no Amazonas em anteriores assim como o excesso de chuvas é comum nesta época do ano no Sul do país.
Na COP28, Lula critica ONU e países que não cumprem acordos climáticos
Lula aproveitou o discurso para criticar “acordos climáticos não cumpridos, metas de redução de emissão de carbono negligenciadas e discursos vazios” de outros governantes. “Precisamos de atitudes e práticas concretas.”
Lula também voltou a falar sobre guerras e criticou a “incapacidade” da ONU de inibir os conflitos. “É inexplicável que a ONU, apesar de seu desforço, se mostre incapaz de manter a paz, simplesmente porque alguns dos seus membros lucram com a guerra”.
A COP28 começou na quinta-feira 30 e deve durar cerca de duas semanas.
Fonte: Revista Oeste