Jogador acertou seu distrato com clube saudita para voltar a jogar onde iniciou sua carreira profissional
Neymar, aos 32 anos, está de volta ao Brasil com o objetivo de novamente ser respeitado como o protagonista dentro de um clube de futebol. O jogador acertou seu retorno ao Santos, equipe que o revelou, conforme confirmou nesta terça-feira, 28, o presidente do clube, Marcelo Teixeira, pelas redes sociais.
“Retorne à sua casa, estamos de braços abertos!”. Com essa frase, que concluiu o post, o dirigente santista divulgou o acerto, depois do distrato de Neymar com o Al-Hilal, da Arábia Saudita. No clube saudita ele permaneceu por 17 meses, tendo feito apenas sete jogos, por causa de uma lesão que o deixou de fora por 14 meses. Ele marcou um gol e deu duas assistências.
Revelado pelo Santos em 2009, Neymar desde cedo mostrou um talento acima da média. Liderou sua equipe nas conquistas de dois Campeonatos Paulistas seguidos, uma Copa do Brasil e uma Libertadores, em 2011, a primeira do Santos desde 1963.
Ainda sem a musculatura adquirida na Europa, o craque tinha um corpo franzino que o fazia mudar facilmente de direção e marcar vários gols com dribles em sequência. Para delírio não só dos santistas como dos apaixonados por futebol. Um deles foi contra o Santo André, no Pacaembu, na final do Paulista de 2010.
Outro, contra o Flamengo, em 2011, pelo Brasileiro, quando ele saiu da lateral com um drible, tabelou com Borges, conduziu e deu uma meia-lua em Ronaldo Angelim antes de tocar para as redes.
Dois anos depois, já consagrado na seleção brasileira com o título da Copa das Confederações de 2013, se transferiu para o Barcelona. A negociação arranhou naquele momento sua relação com o Santos, por causa de polêmica envolvendo os reais valores da transação.
Mesmo tendo excelentes atuações no Barcelona, Neymar foi ofuscado por seu amigo Messi dentro de campo. Por mais talento que demonstrasse, não se sentia reconhecido o bastante. Formou o lendário trio MSN, com Messi e o uruguaio Suárez. Conquistou a La Liga (duas vezes), a Copa do Rei (três) e a Champions League em 2013.
Mas o dia 8 de maio de 2017 foi decisivo na carreira de Neymar. O Barcelona, superou o Paris Saint-Germain (PSG) por 6 a 1, depois de perder por 4 a 0 na partida de ida. Classificou-se para as quartas de final da Champions League. O craque brasileiro foi o destaque do jogo.
Finalmente ele teve a chance de se colocar no mesmo patamar de Messi no time espanhol e ser o maior ídolo da equipe. Mas não. Nem os dois gols, nem a atuação de gala foram suficientes. Naquele dia, ele percebeu que precisaria mudar de ares para poder ter seu potencial devidamente reconhecido.
Transferiu-se, então, para o PSG, na maior negociação da história até o momento. Os valores chegaram a 222 milhões de euros. Neymar disputou 173 jogos e marcou 118 gols entre 2017 e 2023 pelo PSG. Mudou a equipe francesa de patamar. Ganhou 13 títulos, mas todos nacionalmente.
Quase atingiu seu objetivo de ser um protagonista com títulos na Europa ao levar a equipe francesa à primeira final da Champions League, na temporada de 2019-20. Em soberba atuação contra o Atalanta, conduziu o time à final. Foi bem, mas o PSG acabou derrotado pelo Bayern de Munique. Naquele ano, assim como em 2017, para muitos, merecia ter conquistado o The Best Fifa e o Bola de Ouro.
Saída de Neymar da França
Neymar continuou em alta em Paris até começar a rivalizar com Kylian Mbappé. Suas polêmicas fora de campo, com críticas que o acusavam de exagerar nas saídas noturnas, contribuíam para tumultuar sua carreira. Também acumulou críticas de lacradores por seu apoio ao então presidente Jair Bolsonaro (PL).
Nem mesmo a chegada de Messi ao PSG, em 2021, o ajudou a reverter o ambiente hostil, vindo muito mais de parte da opinião pública e de torcedores do que da direção do clube, que sempre o blindou. Caçado em campo, as críticas passaram a valorizar mais as suas quedas do que a agressividade dos adversários.
De tão contrariado, Neymar deixou a França ironizando a qualidade do campeonato local. Desaforo, no entanto, estimulado mais pela birra do que pela realidade de um futebol que tem se desenvolvido, revelado muitos talentos, com a conquista de duas Copas do Mundo.
Para sair do Al-Hilal, a informação é a de que Neymar abriu mão de altos valores para retornar à casa que o revelou. Ele vestirá a 10 de Pelé, depois de questionar se isto não seria um desrespeito. Mas para quem quer recuperar o protagonismo, honrar a camisa do Rei do Futebol é o melhor caminho.
Fonte: Revista Oeste