Depois de participar de uma reunião com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), juntou-se ao petista e criticou a alta da taxa de juros no país. A declaração, dada na terça-feira 28, aumenta a pressão política sobre o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.
“Houve o reconhecimento mútuo de que a taxa de juros no Brasil está muito alta e afirmei ao presidente a importância de encontrarmos caminhos sustentáveis para a redução da taxa o mais rápido possível”, afirmou Pacheco, em nota.
Indicações para o cargo de presidente do BC precisam passar pelo Senado. A Casa também tem de aprovar eventuais exonerações de integrantes da autoridade monetária.
A reunião com Pacheco
Pacheco se reuniu com Lula no Palácio da Alvorada, no fim da tarde de ontem. A conversa durou cerca de duas horas e meia e teve a participação do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e dos líderes do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede), e no Senado, Jaques Wagner (PT).
Nos últimos dias, Lula tem trabalhado para mediar uma disputa de poder entre o Senado e a Câmara. Os senadores querem a volta das comissões mistas para realizar as análises das medidas provisórias. A Câmara, no entanto, quer manter o rito estipulado durante a pandemia: sem a necessidade dos colegiados, realizando a votação diretamente no plenário.
“Tratamos da tramitação das medidas provisórias e disse ao presidente que estamos trabalhando no encaminhamento da busca de um consenso”, disse o senador.
Lula ainda reiterou o convite para que Pacheco faça parte da comitiva presidencial que irá à China. A visita ao país asiático foi adiada, por orientação do médico do petista. Os governos brasileiro e chinês negociam uma nova data para o encontro. Não há uma definição quanto a isso ainda.
Leia a íntegra da nota de Rodrigo Pacheco
Reuni-me, nesta terça-feira, por mais de duas horas, com o presidente Lula. Na conversa, tratamos da tramitação das medidas provisórias e disse ao presidente que estamos trabalhando no encaminhamento da busca de um consenso. Também ressaltei ao presidente Lula que daremos celeridade devida ao arcabouço fiscal. Dentro disso, houve o reconhecimento mútuo de que a taxa de juros no Brasil está muito alta e afirmei ao presidente a importância de encontrarmos caminhos sustentáveis para a redução da taxa o mais rápido possível. Outro ponto da conversa foi em relação à regulação das redes sociais e de plataformas da internet, tema que será discutido pelo Congresso e que precisará do apoio do governo. Por fim, o presidente Lula renovou o convite para que eu integre a comitiva que irá à China, diante de uma nova perspectiva da visita ao país asiático.
Fonte: revista Oeste