Segundo a consultoria OnBehalf, esse foi o maior número de recuperações judiciais da série histórica da lei de falências, promulgada em 2005
Os pedidos de recuperações judiciais no Brasil aumentaram 62% em janeiro de 2024 na comparação com o mesmo mês de 2023.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 6, pela empresa de consultoria e auditoria OnBehalf.
Segundo o levantamento, no primeiro mês do ano foram realizados 149 pedidos de recuperações judiciais, o maior número da série histórica da lei de falência e recuperações judicias, promulgada em 2005.
Os dados mostram que os custos operacionais e financeiros afetaram as finanças das empresas, principalmente no caso do aumento da inadimplência e da redução do faturamento.
Segundo a OnBehalf, esses números poderão piorar ulteriormente ao longo de 2024.
“A rentabilidade das empresas vem sendo afetada, conduzindo a uma rápida deterioração das condições de liquidez, que provavelmente não melhorarão até 2025″, mostra o relatório da empresa.
“As perspectivas econômicas e financeiras para 2024-2025 sugerem melhorias modestas, à medida que as empresas continuam a enfrentar os desafios de saneamento das dívidas”, conclui o documento.
O relatório da OnBehalf salienta que cerca de 6,6 milhões de empresas brasileiras fecharam 2023 com as contas no vermelho.
Em 2023 as dívidas negativadas somaram R$ 126,1 bilhões; São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais lideraram o ranking de Estados com mais empresas negativadas.
” Este recorde da série histórica dos pedidos de recuperação judicial para janeiro mostra que os custos operacionais e financeiros estão corroendo as finanças das empresas, que ainda enfrentam o aumento da inadimplência em meio aos desafios de saneamento das dívidas”, salientou Luiz Deoclecio Fiore, diretor-presidente OnBehalf.
Segundo Fiore: “Os dados sugerem que os pedidos de recuperação judicial podem aumentar em 2024, a menos que algo mude na economia. A rentabilidade das empresas também segue muito comprometida, o que conduz a uma rápida deterioração das condições de liquidez, sem perspectivas de melhora antes de 2025″.
Fonte: Revista Oeste