O presidente Luiz Inácio da Silva anunciou o lançamento de uma plataforma que visa a combater as fake news nas redes sociais. O “Brasil contra Fake”, como chama a ferramenta, desmente as supostas notícias falsas que prejudicam o governo federal. O site está no ar desde sábado 25.
“O Brasil sofreu muito com mentiras nas redes sociais nos últimos anos”, justificou Lula, no Twitter. “Precisamos fortalecer uma rede da verdade. O governo lançou, nesta semana, uma plataforma de checagem de informações e combate à desinformação.”
Até 14 de outubro do ano passado, durante a disputa pela Presidência da República, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia punido a equipe de Lula em pelo menos seis ocasiões distintas pelo uso de fake news. Em um dos casos, o petista associou Jair Bolsonaro (PL) ao canibalismo. Também relacionou o então presidente à morte de um apoiador do PT em Mato Grosso. E a mais grave de todas: a campanha de Lula comparou o então chefe do Executivo com o nazista Adolf Hitler, responsável pela morte de milhões de judeus. O TSE determinou que todos esses conteúdos forrem retirados do ar.
Era bonito mentir
Lula admitiu que viajava para o exterior e dizia mentiras sobre o país. “Como fui oposição durante muito tempo, cansei de viajar o mundo para falar mal do Brasil”, disse o presidente. “Era bonito viajar pelo mundo e dizer que, no Brasil, havia 30 milhões de crianças de rua. Nem sabíamos. Havia não sei quantos milhões de abortos. Eram todos clandestinos, mas a gente citava números. Se o cara perguntasse a fonte, a gente não tinha.”
Em uma dessas aventuras, Lula teria recebido uma advertência do ex-governador do Paraná Jaime Lerner. “Estava debatendo com Roberto Marinho e Jaime Lerner em Paris”, lembrou o presidente. “Aí, citei os números de não sei qual entidade. Não vou dizer o nome, aqui. Eu dizia que, no Brasil, havia 25 milhões de crianças de rua. Era aplaudido calorosamente pelos franceses. Quando terminei de falar, o Jaime Lerner me disse: ‘Ô, Lula, não pode ter 25 milhões de crianças de rua. Senão, não conseguiríamos andar pelas ruas’.”
Fonte: Revista Oeste