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Recessão na Argentina: retração vai ser maior que previsto, afirmam economistas

Crise que estava restrita ao setor agrícola, agora se espalha por hotelaria, gastronomia e vestuário

Se no início do século passado os argentinos podiam se vangloriar de serem reconhecidos como a Europa da América Latina, hoje, precisam enfrentar as dificuldades de um país que agoniza cada vez mais face à recessão.

O baixo desempenho que até então estava restrito ao setor agrícola devido à seca, já começa a invadir as ruas das cidades. E os restaurantes, lojas e hotéis mostram os primeiros sinais de declínio.

A situação desencadeou alerta por parte dos economistas de que a retração econômica, que no período anterior as eleições foi estimada em 2,6%, será na verdade de 3,6%.

Em entrevista à Bloomberg, o empresário Alejandro Cilley, co-fundador das redes Tea Connection e Green Eat na Argentina, compartilhou que a baixa no consumo das famílias está afetando seus negócios. Em julho, o número de transações foi 6% menor e, em agosto, caiu novamente, desta vez em 8%. Para Alejandro, tudo sugere que isso continuará.

Problema do Câmbio na Argentina

Aqueles que dependem do comércio exterior denunciaram publicamente a falta de acesso ao mercado de câmbio.

De acordo com Jorge Pereira, presidente da Associação Argentina de Agentes de Cargas Internacional (Aaaci), nos últimos dois meses, o governo não autorizou praticamente nenhum compra de dólares para pagamento de frete internacional, tanto para exportações quanto para importações.

Como resultado, algumas operações não puderam ser realizadas e em outros casos, os importadores ficaram em uma situação de calote virtual com seus fornecedores estrangeiros.  

Por que a recessão se espalhou na Argentina

A expansão da recessão para outros setores, segundo consultores, aconteceu após as eleições primárias de agosto, em decorrência da incerteza política, da desvalorização do peso e o impacto que causou sobre a inflação.

Além de afetar a hotelaria, a gastronomia e o vestuário, também reverberou nas atividades de recreação e cultura, que apresentaram uma queda de 4,5% em julho, após seis meses de crescimento, de acordo com o indicador de consumo da Câmara Argentina de Comércio. 

Fonte: Revista Oeste

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