O oxigênio disponível no submarino que desapareceu no Oceano Atlântico pode ter durado mais tempo que o inicialmente previsto, em virtude de medidas adotadas pela tripulação.
O especialista em medicina hiperbárica da Memorial University, Ken LeDez, disse que o pânico faria os tripulantes gastarem enormes quantidades de oxigênio, enquanto ficar juntos conservaria o calor e o ar respirável.
“Depende do quão frio eles ficam e quão eficazes são na conservação de oxigênio”, disse LeDez, em entrevista à BBC News.
O especialista disse também que ficar sem oxigênio é um processo gradual, e não acontece em um ritmo específico. “Não é como apagar a luz, é como escalar uma montanha: à medida que a temperatura fica mais fria e o metabolismo cai, depende da velocidade com que você sobe essa montanha”, observou.
Como a tripulação pode ter conseguido estender a duração de oxigênio?
A experiência dos tripulantes pode ter sido um fator determinante. O mergulhador e ex-comandante da Marinha da França, Paulo-Henri Nargeolet, é um exemplo de passageiro com ampla experiência.
Ele seria capaz de aconselhar o restante da população a adotar estratégias para reduzir os níveis metabólicos e estender a duração de oxigênio.
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O CEO e fundador da OceanGate, Stockton Rush, também tem experiência na área e poderia auxiliar os passageiros.
Quem são os tripulantes?
Dois bilionários, um empresário da indústria naval, um estudioso sobre o lendário navio Titanic e um filho de bilionário. Essas são as pessoas que formam a tripulação do submarino que deixou a costa leste do Canadá, na segunda-feira 19, e sumiu no Oceano Atlântico horas depois.
Um dos bilionários é o britânico Hamish Harding. Residente em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, ele é dono da empresa Action Aviation e do grupo de investimentos Action Group, que foi criado no ano passado.
Ele fez carreira como aviador e, em 2019, integrou a tripulação do voo que quebrou o recorde mundial de circunavegação mais rápida do globo pelos dois polos. Em 2022, fez parte do voo espacial da Blue Origin.
Fonte: Revista OEste