Leilão está marcado para o próximo dia 29, e obra deverá ficar pronta em 2030; com extensão de 101 quilômetros, a viagem terá duração de 1 hora e 4 minutos
No próximo dia 29, um leilão definirá as empresas que vão realizar a construção do trem que ligará, em seu primeiro trecho, a cidade de São Paulo à de Campinas, conhecido como Trem Intercidades (TIC).
Segundo o governo paulista, será o trem mais veloz do país, com velocidade média de 95 km/h e máxima de 140 km/h. O trem que liga as cidades inglesas de Londres e Birmingham, por exemplo, tem velocidade média de 80 km/h, de acordo com o governo estadual.
O projeto inclui a estrutura da ferrovia e a construção dos veículos. No edital de licitação, o seu valor foi definido em R$ 13,5 bilhões.
“O projeto terá grande impacto, e no dia 29 de fevereiro já teremos o vencedor do leilão, para começar a colocar o projeto em prática”, disse a Oeste o vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth (PSD), que é o responsável por coordenar os projetos de privatização na gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“Em seguida, obviamente, virão questões jurídicas e de documentação para a realização da obra com o consórcio responsável. Não é uma obra simples, vai levar alguns anos até a sua conclusão, o prazo estimado é para 2030.”
O edital foi lançado em outubro de 2023 e já ocorreram três audiências públicas para a discussão do Estudo e Relatório de Impacto Ambiental até a realização do leilão. Haverá, para a implantação da obra, nova parceria com o governo federal, dentro do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Numa extensão de 101 quilômetros entre São Paulo (Estação Barra Funda) e Campinas, a viagem terá duração de uma hora e quatro minutos. No trajeto, também serão atendidas as cidades de Jundiaí, Louveira, Vinhedo e Valinhos. A passagem custará o equivalente a R$ 64.
Para o deputado estadual Dirceu Dalben (PL), líder da Frente Parlamentar das Ferrovias na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o TIC “vai inaugurar um novo ciclo de mobilidade entre duas das principais metrópoles brasileiras, a de São Paulo e a Região Metropolitana de Campinas (RMC).”
Benefícios do novo meio de transporte
A opção pelo trem, segundo Dalben, vai reduzir a utilização de veículos automotivos para esse percurso, o que será benéfico para o meio ambiente.
“Do mesmo modo, o transporte de passageiros por ferrovia representa um grande ganho em termos de preservação de vidas humanas, pela redução imediata na taxa de acidentes automobilísticos, que continua muito alta no Brasil.”
Segundo Dalben, a desativação do transporte de passageiros pela malha ferroviária, antes intenso com companhias como a Paulista e a Mogiana, prejudicou o desenvolvimento do Estado e do país.
“Em toda a Europa e na América do Norte, por exemplo, o transporte ferroviário continua sendo um dos preferidos da população local e dos turistas, representando ganhos significativos em geração de emprego e renda para as comunidades locais.”
Ele ressalta que o objetivo do governador Tarcísio, dando continuidade aos seus projetos nos tempos em que foi ministro da Infraestrutura do Brasil, no governo de Jair Bolsonaro, entre 2019 e 2022, é cada vez mais reativar esse meio de locomoção.
“Com o TIC, espera-se que São Paulo e o Brasil passem a de fato retomar esse transporte, que é eficiente, seguro, rápido e prazeroso”, observa o deputado. “O transporte de cargas também está sendo cada vez mais incentivado em território paulista.”
Fonte: Revista Oeste