O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator dos inquéritos sobre os atos de 8 de janeiro, determinou a inclusão do general G. Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e amigo de longa data do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no procedimento que apura a conduta de militares no esquema de segurança na Praça dos Três Poderes.
Segundo o jornal O Globo, Moraes acolheu uma representação da Procuradoria-Geral da República (PGR) feita na Petição 11.027, procedimento sigiloso em trâmite no STF.
A PGR, por sua vez, atendeu a pedido protocolado pelo partido Novo, logo depois que se tornou pública a presença de G. Dias, como é conhecido o general da reserva amigo de Lula, no Palácio do Planalto no dia da invasão. Mantidas em sigilo por determinação do governo petista, as imagens só foram divulgadas em razão de um vazamento em 19 de abril pela emissora de TV CNN Brasil.
Na representação, o Novo afirma que G. Dias “se omitiu do seu dever de adotar providência necessária para a salvaguarda e a proteção do Palácio do Planalto”. Dessa forma, o partido pediu que ele fosse investigado pelo crime de prevaricação, por ele não ter “adotado diversas medidas para mitigá-los ou atenuá-los [danos]”.
Segundo O Globo, a PGR lembrou que existe um procedimento aberto para investigar a participação dos integrantes das Forças Armadas no 8 de janeiro. Consequentemente, o órgão afirmou que alguns depoimentos mencionam o “comportamento” de G. Dias durante a invasão do Planalto.
Moraes reconheceu que os fatos apontados pela PGR “estão abrangidos pela investigação em curso na Pet 11.027/DF, inclusive com a realização da oitiva de vários militares”, informou o jornal. Por isso, o ministro mandou a “Polícia Federal adotar as providências cabíveis”.
G. Dias deixou o cargo depois da divulgação das imagens pela CNN. A gravação, feita pelo circuito interno de câmeras de segurança do Palácio Planalto, mostra o general interagindo com os manifestantes. Um dos militares do GSI ofereceu água às pessoas que destruíam o prédio.
Fonte: Revista Oeste