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Banco Central confirma estouro da meta de inflação em 2024

Crescimento do PIB em 2024 é projetado a 3,5%

Banco Central voltou a subir expectativa de inflação e juros | Foto: Divulgação/Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Banco Central admitiu que a inflação ficará fora da meta em 2024, depois de o IPCA acumulado atingir 4,87% em novembro, acima do teto de 4,50%. As projeções para 2025 também estão distantes do objetivo de 3%, com expectativa de 4,59%, mesmo com a elevação da taxa Selic para 12,25% ao ano.

As informações foram divulgadas no Relatório de Inflação de dezembro de 2024, publicado nesta quinta-feira, 19. No cenário global, o documento destaca a desaceleração da atividade econômica nos Estados Unidos e a persistência de núcleos inflacionários elevados em diversas economias.

A América Latina, incluindo o Brasil, enfrenta a depreciação cambial e riscos decorrentes da política monetária norte-americana e da desaceleração econômica chinesa. Apesar disso, o Brasil tem mantido crescimento consistente, com a revisão do PIB de 2024 para 3,5%.

No Brasil, o PIB cresceu 0,9% no terceiro trimestre de 2024, impulsionado por setores cíclicos como a indústria de transformação e o consumo das famílias. A taxa de desocupação, por sua vez, atingiu seu menor nível histórico.

Inflação supera intervalo de tolerância

Por outro lado, a inflação acumulada em 12 meses, medida pelo IPCA, alcançou 4,87% em novembro, o que supera o intervalo de tolerância da meta. A deterioração das expectativas inflacionárias para 2025, projetadas em 4,59%, evidencia os desafios para a convergência da inflação à meta de 3%, informa o relatório do BC.

Diante desse cenário, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic em 1 ponto porcentual, para 12,25% ao ano, o que sinaliza a possibilidade de novos ajustes de mesma magnitude nas próximas reuniões. Essa medida visa a conter as pressões inflacionárias e suavizar flutuações econômicas.

O relatório também destaca a transição para o regime de metas contínuas de inflação a partir de janeiro de 2025. Nesse novo formato, a inflação será monitorada mês a mês, e o descumprimento da meta será caracterizado se o índice permanecer fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos.

As projeções indicam uma desaceleração do PIB para 2025, com crescimento estimado em 2,1%. Os principais riscos incluem a manutenção de núcleos inflacionários elevados, a continuidade da depreciação cambial e o impacto de fatores geopolíticos e climáticos nos preços das commodities.

Fonte: Revista Oeste

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