O Banco do Brasil devolveu os quase R$ 6 milhões desviados da conta da Prefeitura de Crixás, Nordeste goiano, após golpe aplicado por Pix. A devolutiva ocorreu na última quarta-feira (02/02), nove dias após a transferência pelo meio de pagamento instantâneo que não é utilizado pela gestão do município.
Por meio das redes sociais, o prefeito da cidade, Dr. Carlos (Cidadania), anunciou a devolução do montante e disse que o caso continua sendo investigado pela Polícia Civil para encontrar o responsável pelo crime. “A sindicância interna do Banco do Brasil [continuará] para encontrar a falha e elucidar a verdade dos fatos. [Investigações] seguirão até que os criminosos sejam identificados e exemplarmente punidos”, disse.
De acordo com o prefeito, todo o dinheiro desviado foi restituído.
O Mais Goiás entrou em contato com o Banco do Brasil e aguarda um retorno.
Dinheiro foi desviado por Pix após ligação para o secretário de Finanças de Crixás
Segundo o procurador jurídico local, Tyrone Guimarães, o desvio aconteceu após o golpista se passar por funcionário do banco para o secretário de Finanças, Jovael Maciel. Na ocasião ele teria pedido que a chave de segurança das contas municipais fosse alterada.
“Um homem que disse se chamar Fernando de Oliveira ligou para o nosso secretário de Finanças, Jovael Maciel, que estava em sua Secretaria de Governo no momento. Ele se identificou como gestor do suporte de rede do Banco do Brasil e se mostrou muito bem articulado, tinha informações detalhadas sobre as contas e senhas cadastradas e sobre servidores. A ligação foi feita via telefone fixo e ele induziu o secretário a acessar as contas e aguardar na linha, enquanto estaria realizando cancelamentos de chaves antigas”, contou Tyrone.
A ligação durou quase uma hora, mas a Prefeitura só tomou conhecimento das transações no período da tarde, quando a verdadeira gerente regional de suporte da rede entrou em contato após perceber uma movimentação atípica nas contas. Nesse momento, Jovael Maciel foi informado que Fernando não fazia parte do quadro funcional da regional.Foram realizadas cerca de 15 transferências, mas duas não foram concluídas, totalizando quase R$6 milhões desviados. “O que é estranho é que a Prefeitura de Crixás não tem conta cadastrada para transferências via Pix e nunca utilizou essa forma de pagamento. Além disso, geralmente é exigida uma pré-autorização para quantias tão altas, com um prazo para realização. Essa movimentação não é tão simples, ainda mais envolvendo um órgão público”, acrescentou o procurador jurídico.
Fonte: Mais Goiás