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Bispo preso por críticas ao ditador da Nicarágua é solto e deve ser exilado

A imprensa da Nicarágua informou que o bispo Rolando Álvarez, preso depois de fazer críticas ao governo do ditador Daniel Ortega, foi solto na segunda-feira 3. O religioso estava detido desde agosto de 2022 e foi condenado a mais de 26 anos de prisão. Entre os crimes imputados a Álvarez, estavam conspiração contra a soberania nacional e propagação de notícias falsas.

O jornal Confidencial, da Nicarágua, afirma que fontes diplomáticas e da Igreja disseram que existe uma tratativa entre o Vaticano e o governo de Ortega para enviar o bispo ao exílio.publicidade

Segundo o jornal, Álvarez foi libertado na noite de segunda-feira e está sob proteção da Conferência Episcopal, até que outra decisão seja tomada pelo ditador.

Preso em agosto de 2022, o bispo foi transferido para Manágua, a capital nicaraguense, depois de ficar semanas em prisão domiciliar em Matagalpa. Desde fevereiro de 2023, o religioso estava preso em cela de segurança máxima.

Desde a prisão, Álvarez recebeu visitas duas vezes. Na última, em 25 de março, fotografias do encontro foram publicadas pelos meios oficiais de comunicação do governo de Ortega. As imagens mostram o bispo visivelmente magro e pálido.

O bispo, assim como outros religiosos da Nicarágua, passou a ser perseguido pela ditadura da Nicarágua depois de denunciar violações de direitos humanos. Ele se recusou a ser exilado para os Estados Unidos e acabou sendo preso.

O presidente da Nicarágua acusa bispos de “golpismo” por apoiarem protestos da oposição feitos em 2018. Em quatro anos, a Igreja Católica recebeu mais de 200 ataques na Nicarágua.

Ortega está no governo desde 2007. Sistematicamente, candidatos da oposição têm sido presos. As últimas eleições, de 2021, foram realizadas com sete candidatos da oposição presos. Organizações internacionais denunciaram haver fraude no pleito.

Pressionado por organizações internacionais, Ortega, neste ano, libertou 222 opositores da prisão, mas expulsou-os para os Estados Unidos e retirou a nacionalidade de ao menos 94 deles.

Fonte: Revista Oeste

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