A defesa de Jair Bolsonaro acionará o Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira, 22, contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A ação pedirá que Lula explique as declarações que fez atribuindo um imóvel nos Estados Unidos a Bolsonaro. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.
Em maio, durante evento em Salvador, o petista sugeriu que a casa pertencente à família do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, na verdade poderia ser de Bolsonaro.
“Acabaram de descobrir uma casa de US$ 8 milhões do… Como é que chama ele? Do ajudante de ordens do Bolsonaro. Certamente, uma casa de US$ 8 milhões não é para o ajudante de ordens. Certamente, é para o paladino da discórdia, o paladino da ignorância, o paladino do negacionismo”, disse Lula, na ocasião.
Na ação, Bolsonaro pede que Lula esclareça o que pretendeu ao dizer com a frase, a quais pessoas físicas ele se referiu, e quais são as provas e os fundamentos para o petista afirmar que o imóvel teria alguma relação com o ex-presidente.
A defesa afirma que, embora o petista não mencione expressamente o nome de Bolsonaro, a sua intenção seria a de atingir pessoalmente o ex-presidente, “em linha com o discurso que recorrentemente vem notabilizando suas falas públicas desde que assumiu seu mandato”.
“A fantasiosa hipótese insinuada aos ali presentes e à sociedade brasileira em geral é absolutamente inverídica e sugere que o indagado pretendeu, com esse expediente transverso e sub-reptício, atingir a honra e a imagem de Bolsonaro.”
Casa é de irmão de Cid
Os representantes de Bolsonaro argumentam no processo que o dono do imóvel é Daniel Cid, irmão de Mauro Cid. Eles dizem também que a residência foi adquirida por US$ 1,7 milhão (R$ 8,1 milhões), e não US$ 8 milhões.
Afirmam ainda que Daniel tem “longa e consolidada carreira” no setor de tecnologia e segurança digital nos EUA”, e construiu “considerável patrimônio de forma completamente lícita”.
“Além de haver trabalhado em grandes empresas do setor, é criador de diversos softwares, sendo certo que, no ano de 2008, vendeu seu open source ‘OSSEC’ à empresa Trend Micro, e, em 2017, vendeu sua startup ‘Sucuri’ para a hospedeira e criadora de websites GoDaddy, companhia em que ingressou como vice-presidente de engenharia, deixando o cargo no ano de 2020 para focar outros projetos.”
Ainda segundo os advogados, o histórico profissional de Daniel “não guarda nenhuma relação com seu irmão, Mauro Cid, e menos ainda com Bolsonaro que pudessem minimamente lastrear as desatinadas afirmações e insinuações publicamente verbalizadas” por Lula.
Fonte: revista Oeste