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Brasil de Lula ‘exporta impunidade’, diz Estadão, sobre ‘asilo espúrio’

O jornal faz uma crítica à concessão de asilo para a mulher do ex-presidente peruano Ollanta Humala. Ambos foram condenados por corrupção

Presidente Lula | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Em editorial publicado nesta quinta-feira, 17, o jornal O Estado de S. Paulo fez uma crítica à decisão do governo Lula de conceder asilo político a Nadine Heredia, mulher do ex-presidente peruano Ollanta Humala. Ambos foram condenados por corrupção. De acordo com o editorial, a medida é vista como uma afronta à Justiça peruana e um desvio da finalidade do asilo diplomático, que deveria ser reservado a perseguidos políticos.​

O jornal relembra o escândalo da Odebrecht, no qual Heredia e Humala foram condenados por ocultar US$ 3 milhões recebidos ilegalmente para a campanha presidencial de 2011. Apesar da condenação em primeira instância ainda ser passível de apelação, o Brasil concedeu o asilo, sem apresentar evidências de perseguição política nem violações processuais no Peru.​

A publicação também critica o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli. O editorial enfatiza que o ministro que anulou provas contra Humala e impediu a colaboração entre procuradores brasileiros e autoridades peruanas. A atuação de Toffoli é vista como um obstáculo às investigações da Lava Jato e um benefício a réus em diversos países envolvidos no escândalo da Odebrecht.​

“Tal como com outros países com os quais o Brasil firmou acordo de colaboração, Toffoli proibiu procuradores brasileiros de tomarem depoimentos de colaboradores da Odebrecht e barrou o depoimento de testemunhas brasileiras a autoridades peruanas”, diz o texto. “Tudo isso com a conivência de seus colegas no STF, que em 20 meses não se dignaram a julgar os recursos às decisões monocráticas de Toffoli que anularam mais de uma centena de casos no Brasil e estão beneficiando réus em países onde executivos da Odebrecht confessaram subornos multimilionários, como Equador, Argentina, Colômbia, Panamá e México.”

A concessão do asilo reforça a imagem de que, sob Lula, o Brasil virou refúgio de corruptos aliados

A proximidade entre Lula e o casal Humala-Heredia é destacada, e inclui o apoio do marqueteiro petista Luis Favre na campanha de Humala. O advogado de Heredia no Brasil é membro do grupo de juristas petistas Prerrogativas, o que reforça a percepção de favorecimento político.​

A concessão do asilo é interpretada como sinal de que o Brasil se tornou refúgio para corruptos da América Latina. Isso, claro, quando se trata de aliados do governo. A frase “Depois de exportar a corrupção, o Brasil agora exporta a impunidade” resume a crítica à decisão do governo brasileiro.

“Corruptos de toda a América Latina já sabem onde se refugiar da Justiça de seus países”, destacou o Estadão. “Nem precisam provar que são inocentes ou perseguidos políticos, basta serem amigos de Lula.”

Fonte: Revista Oeste

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