A BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, informou na segunda-feira 15, que registrou um prejuízo líquido de mais de R$ 1 bilhão no primeiro trimestre deste ano. O balanço da companhia foi divulgado no início da noite, depois do encerramento das atividades da Bolsa de Valores.
Apesar de ser um valor expressivo para o fechamento de uma empresa, o resultado representa uma redução de 35% no prejuízo acumulado no mesmo período do ano passado, quando a BRF ficou no vermelho em R$ 1,5 bilhão.
Empresas de consultoria projetavam um resultado melhor para os três primeiros meses do ano. O mercado esperava que o prejuízo ficasse na casa dos R$ 500 milhões — praticamente metade do montante apresentado.
Segundo a BRF, a receita líquida teve um crescimento de quase 10%, na comparação anual, para R$ 13,2 bilhões.
O Ebitda — lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização — ajustado foi de R$ 607 milhões, alta de 300%, em relação ao primeiro trimestre do ano passado.
A principal razão do prejuízo apurado no primeiro trimestre do ano foi o desempenho operacional no segmento internacional, de onde vêm aproximadamente 45% da receita da companhia. “Historicamente, o segmento internacional traz uma margem de duplo dígito para a empresa. Então, ele tem influência direta no prejuízo líquido”, disse o CFO da empresa, Fabio Mariano.
BRF entra em acordo de leniência
No fim do ano passado, a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Advocacia-Geral da União (AGU) comunicaram a assinatura de um acordo de leniência com a BRF, empresa gigante do setor de carnes e processados. A decisão ocorreu como resultado das investigações da Operação Carne Fraca, deflagrada em 2017.
Na época, a Polícia Federal desvendou um esquema de corrupção envolvendo os maiores frigoríficos do país e o Ministério da Agricultura.
O acordo começou a ser negociado em 2018. A empresa se comprometeu a pagar R$ 583 milhões ao Tesouro e a aperfeiçoar o programa interno de conformidade. A BRF também deverá devolver vantagens indevidas e arcar com o pagamento de multas previstas na Lei Anticorrupção e na Lei de Improbidade Administrativa.
O valor deve ser pago ao Tesouro em cinco parcelas anuais, com a primeira sendo quitada em junho deste ano.
Fonte: Revista Oeste