A produção da vacina Coronavac, que está parada no momento, pode ser retomada no próximo ano se houver interesse do governo eleito, diz o diretor-executivo da Fundação Butantan e ex-diretor do instituto de mesmo nome, Dimas Tadeu Covas.
Segundo ele, não houve procura pelo atual governo para adquirir mais doses do imunizante nem mesmo para crianças. Atualmente, o estoque no instituto tem 2,5 milhões de doses.
Porém, ao menos sete capitais do país pararam a vacinação em crianças de 3 e 4 anos devido à falta de doses.
“Nós tínhamos um contrato de 100 milhões de doses com o governo federal. Depois, foi feito um contrato aditivo para mais 6 milhões, mas o governo apenas pediu 2 milhões. O único estado que não foi afetado pela paralisação foi São Paulo, pois aqui temos o instituto que faz a distribuição diretamente ao PEI [Programa Estadual de Imunização]”, afirmou Covas em entrevista na tarde desta terça (29) na sede do Butantan, na zona oeste paulistana.
Ainda de acordo com Covas, a produção da Coronavac não é a única que foi afetada pela falta de contratos com o Ministério da Saúde. “O instituto fornece oito vacinas anualmente ao ministério, e esses contratos ainda não foram firmados. Em fevereiro e março começa a distribuição da vacina contra influenza e até o momento não temos um contrato da pasta para essas doses”, disse.
Para ele, uma reversão do cenário com o atual governo é improvável. O mais esperado é que o governo eleito faça uma sinalização para a aquisição dos imunizantes no próximo ano.
“Houve um anúncio por parte da equipe de governo de transição para dizer que a vacinação vai ser retomada em todo o país a níveis pré-pandemia, com uma ampliação das vacinas ofertadas. Estamos aguardando um movimento por parte deles para a aquisição.”
Fonte: Mais Goiás