Isnardo Bravo concedeu entrevista ao programa Oeste Sem Filtro nesta quarta-feira, 31
O jornalista venezuelano Isnardo Bravo disse que o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, está fabricando atas da eleição para alterar o resultado verdadeiro do pleito. Ele deu a declaração nesta quarta-feira, 31, durante entrevista ao programa Oeste Sem Filtro.
“Em alguns galpões na Venezuela, no depósito principal do Conselho Nacional Eleitoral [CNE], estavam fabricando umas atas falsas para que pudessem mostrar aos especialistas eleitorais”, disse Bravo.
O jornalista explicou que as urnas da Venezuela têm um sistema para identificar as atas, o que tornaria difícil alterar esses dados. A ata é o extrato do resultado eleitoral de cada urna apurada. Nos papéis, constam a quantidade de votos que cada candidato teve em determinada urna.
“Falsificar atas é um processo muito complexo”, disse Bravo. “Porque a ata é um resultado de um dia, de uma impressão única, de uma máquina que é utilizada na Venezuela para o processo de votação. Há elementos que constam nas atas originais que foram precisamente desenhadas para tentar impedir que ocorra uma falsificação por parte do governo.”
Bravo ainda disse que é possível auditar todas as atas. Porém, o processo de auditoria depende de uma permissão do governo da Venezuela. Além disso, a oposição divulgou informações que permitem uma comparação dos resultados.
“Temos de esperar que o governo mostre as atas que diz ter para compará-las com as atas que já são públicas, que a Venezuela e o mundo podem ver na página que foi criada pela oposição venezuelana”, afirmou Bravo ao Oeste Sem Filtro. “Os documentos podem ser auditados, mas cabe ao governo permitir que uma auditoria confiável, não ligada a nenhuma das partes, realize a fiscalização.”
Ditador da Venezuela não divulga detalhes da eleição
No domingo 28, o CNE anunciou a reeleição de Nicolás Maduro com 80% das urnas apuradas. O ditador da Venezuela teria conquistado 51,2% dos votos contra 44,2% do candidato da oposição, Edmundo González.
A oposição não reconheceu o resultado divulgado pelo CNE. O conselho tem influência direta do ditador. Apesar da falta de informações precisas, os adversários de Maduro realizaram um relatório com mais de 80% dos votos das urnas. A apuração paralela mostrou González como vencedor.
Segundo o documento da oposição, Edmundo González obteve 67% dos votos, o que totaliza mais de 7 milhões. Já Maduro teria conseguido apenas 30%, com 3,2 milhões de votos.
Confira a entrevista completa do jornalista Isnardo Bravo no canal da Revista Oeste no YouTube. O programa é transmitido ao vivo, de segunda-feira a sexta-feira, a partir das 17h45.
Fonte: Revista Oeste