O novo ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, disse esperar que a Organização das Nações Unidas (ONU) cumpra a “missão confiada pelos Estados membros” e que pare de difamar a ditadura de Nicolás Maduro.
“A Venezuela espera que as instituições do Sistema das Nações Unidas se dediquem técnica e profissionalmente ao cumprimento da missão confiada pelos Estados membros e que deixem de ser utilizadas para difamar nossa Pátria”, escreveu Gil em conta no Twitter, na sexta-feira 6.
A declaração foi em resposta a uma mensagem da Agência da ONU para os Refugiados (Acnur), que o felicitava pelo cargo e ratificava o “compromisso de avançar no diálogo construtivo empreendido com seus antecessores”, mas fazia uma crítica à Venezuela.
“Esperamos continuar nosso importante trabalho compartilhado para garantir que todos aqueles que tiveram que fugir de suas casas em busca de proteção tenham acesso a seus direitos na Venezuela”, escreveu a Acnur.
Para a Venezuela, essa seria a difamação. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores diz que a agência da ONU “manipula com a questão da migração venezuelana”. “O governo do presidente Nicolás Maduro demonstrou que o fluxo migratório vivido no país se deve aos desequilíbrios econômicos induzidos pelas medidas coercitivas unilaterais impostas pelos Estados Unidos e seus aliados europeus”, afirmou.
Milhares de venezuelanos, sob a ditadura de Maduro, estão fugindo do país, que persegue adversários políticos e cuja economia está em frangalhos, com inflação beirando os 120% e os índices de miséria disparando.
Cerca de 7,1 milhões de venezuelanos (cerca de 20% da população) vivem atualmente como migrantes ou refugiados em diferentes partes do mundo, segundo dados da ONU de setembro de 2022. Apenas no Brasil, vivem mais de 260 mil venezuelanos.
Fonte: revista Oeste