As autoridades iranianas divulgaram um balanço oficial nesta terça-feira, 29, informando que mais de 300 pessoas morreram nos protestos registrados no país desde meados de setembro.
“Não tenho os dados mais recentes, mas acredito que tivemos, talvez, mais de 300 mártires e pessoas mortas entre os melhores jovens deste país como resultado deste incidente”, afirmou o general Amirali Hajizadeh, comandante da Força Aeroespacial da Guarda Revolucionária, o Exército de elite do Irã, em um vídeo divulgado pela agência Mehr.
O número divulgado pelo governo no balanço oficial inclui dezenas de policiais, soldados e milicianos mortos em confrontos com manifestantes ou assassinados, segundo as autoridades iranianas.
Ao mesmo tempo, a ONG Iran Human Rights, com sede em Oslo, afirma que a “repressão dos protestos no Irã” deixou pelo menos 416 mortos.
Nas manifestações pela morte de Mahsa Amini, mais de 14 mil iranianos e quase 40 estrangeiros foram detidos, segundo a ONG, e mais de 2 mil pessoas foram indiciadas. Pelo menos seis já teriam sido condenados à morte. O destino dessas pessoas depende, agora, da Suprema Corte, que deve se pronunciar sobre os recursos de apelação.
Desde a revolução islâmica de 1979, todas as mulheres são obrigadas por lei a cobrir seus cabelos em público com um véu e a usar roupas consideradas discretas. Nas últimas duas décadas, no entanto, muitas mulheres não cobrem os cabelos em Teerã e outras grandes cidades do Irã.
A morte de Mahsa Amini provocou uma grande indignação entre a população. E os efeitos foram sentidos inclusive na Copa do Mundo do Catar, onde os jogadores da seleção iraniana não cantaram o hino nacional na partida da semana passada contra a Inglaterra, como forma de protesto.
Os protestos começaram depois que a jovem curda Mahsa Amini, 22 anos, foi presa, acusada de usar inadequadamente o véu islâmico, e acabou morta na prisão, em 16 de setembro, três dias depois da detenção. Na estreia da seleção iraniana de futebol na Copa do Mundos, os jogadores não cantaram o hino nacional, como forma de protesto.
Fonte: Revista Oeste