A facção criminosa Los Lobos reivindicou o ataque que matou Fernando Villavicencio, candidato à Presidência no Equador. Em vídeo publicado na rede social X (antigo Twitter), um grupo de homens encapuzados e armados assume a responsabilidade pelo assassinato. O conteúdo foi divulgado na manhã desta quinta-feira, 10.
Com mais de 8 mil detentos distribuídos pelos presídios do país sul-americano, os Los Lobos são apontados pelo observatório InSight Crime como o segundo maior grupo criminoso do Equador. A gangue se formou depois da morte do líder da maior facção equatoriana, os Los Choneros, que deixou o caminho aberto para o surgimento de outros grupos.
Fernando Villavicencio foi assassinado a tiros na quarta-feira 9, depois de discurso na capital, Quito. O candidato a presidente, que aparecia em quarto nas pesquisas de intenção de voto, já havia declarado que recebera ameaças de membros dos Los Choneros.
Durante campanha, o candidato assassinado condenava as facções criminosas do Equador e dizia que, se eleito, realizaria ações para reprimir suas atividades. Uma das propostas era a construção de “uma prisão de segurança máxima” para criminosos mais perigosos. A militarização dos portos para combater o narcotráfico e a criação de uma unidade antimáfia eram outras ideias propagadas por Villavicencio.
Fortalecimento do crime no Equador
A escalada de violência que culminou no assassinato de Fernando Villavicencio tem origem no crescente fortalecimento das gangues equatorianas. Analistas apontam três fatores para isso:
- o desmonte de importantes estruturas de segurança a partir de 2017;
- a crise econômica, que se agravou na pandemia da covid-19; e
- as novas rotas de narcotráfico, que colocaram o Equador como um dos principais agentes no refino de drogas.
Após reação do presidente Guillermo Lasso, com baixa popularidade desde a pandemia, à onda de violência, os grupos criminosos têm feito constantes ameaças aos políticos que ameacem suas atividades.
No vídeo em que admite o ataque a tiros que acabou no assassinato de um candidato a presidente, a facção Los Lobos também ameaça outros políticos, inclusive o presidenciável Jan Topic. Apesar do atentado, a eleição equatoriana foi mantida para o 22 de agosto.
Fonte: revista Oeste