A prorrogação da operação GLO em portos e aeroportos do Rio de Janeiro e São Paulo é uma das falhas apontadas pelo jornal
Depois de um terço do mandato, o governo do presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva coleciona erros na segurança pública. Uma das evidências é a prorrogação da operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em portos e aeroportos do Rio de Janeiro e de São Paulo, conforme destacou o jornal Estadão em editorial nesta quinta-feira, 9.
A transferência do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, para o Supremo Tribunal Federal e sua substituição por Ricardo Lewandowski não trouxeram a esperada melhoria na abordagem do problema, destacou o jornal.
O governo, segundo pesquisas, ainda não encontrou a melhor estratégia para lidar com a segurança pública, considerada pela população como o principal desafio atual.
Anunciada há seis meses, a GLO foi renovada por mais 30 dias. A prorrogação gerou dúvidas sobre sua eficácia e custo. A operação, que visa a asfixiar organizações criminosas em portos e aeroportos, mostrou-se questionável em termos de resultados e utilização das Forças Armadas.
A abordagem teatral da operação contrasta com a realidade do crime organizado, que demonstra capacidade de contornar as ações das autoridades. “Tudo parece resumir-se a uma grande farsa”, diz o Estadão sobre a segurança pública de Lula.
A farsa
A estratégia do governo Lula na segurança pública tem sido criticada como uma farsa, com medidas consideradas inúteis e equívocos ao envolver as Forças Armadas em questões de segurança interna.
Apesar das falas do governo Lula de implementar novas estratégias para o setor, há uma sensação de recomeço diante da falta de resultados concretos até o momento.
Em entrevista ao Estadão, o secretário Nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, defendeu uma abordagem focada no combate ao crime organizado, priorizando a asfixia financeira das facções, o fortalecimento das equipes de investigação e o aumento do efetivo policial estadual.
Sarrubbo afirmou ter “vários projetos saindo do forno”. A fala do secretário levou o jornal a questionar: “Ora, e que fim levou o programa de Enfrentamento às Organizações Criminosas, anunciado com pompa por Flávio Dino?”.
O editorial complementou sua própria indagação: “Era, decerto, uma peça genérica de intenções, o que fica evidente quando Sarrubbo nem sequer o menciona”.
A administração petista parece ter perdido tempo em ações midiáticas, sem ainda apresentar um plano consistente para o futuro, conclui o editorial.
Fonte: Revista Oeste