Jornal afirma que movimentos feministas e negros apenas ‘murmuram’ diante de decisões adotada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva
O jornal O Estado de S. Paulo (Estadão) inicia a semana com críticas diretas ao que chama de “esquerda identitária”. Em texto publicado nesta segunda-feira, 4, a publicação chama a atenção para a postura de movimentos feministas e negros diante de atitudes tomadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O veículo de comunicação avalia que tais movimentos apenas “murmuram” ao encararem decisões do petista — que já demitiu mulheres de postos de comando e não indicou uma figura feminina negra para o Supremo Tribunal Federal (STF). Antes, conforme o jornal, os militantes esquerdistas eram “geralmente barulhentos”.
“Lula da Silva causou considerável frustração entre os petistas, que não gostam de Dino”, afirma o Estadão, em editorial, texto que representa a opinião de uma empresa de comunicação. “E sobretudo, entre os militantes dos movimentos de esquerda que fazem das questões raciais e de gênero o centro de sua luta política — o chamado ‘identitarismo’.”
Ao sinalizar para a hipocrisia por parte desses grupos, que alegam lutar por direitos de mulheres e negros, por exemplo, o jornal paulista reforça que críticas a Lula foram aquém do de costume. “Da tal esquerda ‘identitária’ se esperava uma reação barulhenta e raivosa, como é habitual para essa turma”, observa a publicação. “Mas eis que dela só temos notícia de um obsequioso silêncio.”
Representatividade da “esquerda identitária” ficou na rampa do Planalto
Ainda no editorial deste segunda-feira, o Estadão vai além de abordar a falta de reação da “esquerda identitária” diante da indicação de um homem — que já se declarou como branco — ao cargo de ministro do STF. O jornal afirma que as ações de Lula em favor da igualdade ficou na posse, quando subiu a rampa do Palácio do Planalto na companhia de oito pessoas, incluindo, por exemplo, um indígena, uma mulher negra e um deficiente físico homossexual.
“Ou seja, para Lula, as demandas da esquerda identitária lhe servem na exata medida de seu potencial eleitoral, seja para conquistar votos, seja para constranger adversários”, afirma a equipe do Estadão. “No mais, Lula só tem uma causa: o poder.”
Fonte: Revista Oeste