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Estadão: ‘Ranço ideológico’ de Lula provoca danos à Defesa nacional

Forças Armadas enfrentam retrocessos em investimentos por convicções do governo Lula

A sujeição do Itamaraty ao sectarismo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) inflige danos à política externa e aos negócios. A Defesa, porém, também está prejudicada ante as investidas ideológicas do Planalto. É o que destaca o jornal O Estado de S. Paulo, em editorial desta quinta-feira, 10.

O alerta é de ninguém menos que o ministro da Defesa. Em evento na Confederação Nacional da Indústria, José Múcio Monteiro disse que as Forças Armadas enfrentam retrocessos nos investimentos e adversidades sem precedentes causadas por “ranços ideológicos”.

“Para bons entendedores, meia palavra basta”, afirma o Estadão. “Mas, na falta deles, Múcio explicitou os embaraços à sua pasta.”

O Exército tem previsão orçamentária e competência para comprar as armas de que precisa e organizou uma licitação para adquirir 36 obuseiros – blindados com canhões. Foram analisadas empresas de 18 países e não há surpresa que tenha vencido Israel, um país que é celeiro de algumas tecnologias militares mais avançadas do mundo, há muito utilizadas pelas forças de segurança do Brasil.

“Venceram os judeus, o povo de Israel”, disse Múcio, “mas por questões ideológicas não podemos aprovar.” A compra foi travada pelo chanceler paralelo de Lula, Celso Amorim.

O Tribunal de Contas da União (TCU), em defesa da segurança jurídica, não autorizou contratar o segundo colocado. Segundo a Corte, não existem embargos da Organização das Nações Unidas (ONU) nem tratados firmados pelo Brasil que impeçam a comercialização com nações em guerra.

“Mas o governo Lula não só fabrica argumentos sem esteio legal para inviabilizar importações das Forças Armadas, como subverte esses argumentos para inviabilizar suas exportações”, afirma o jornal. Depois de impedir a venda de ambulâncias à Ucrânia, o Planalto vetou a venda de munição à Alemanha.

“Fizemos o negócio, um grande negócio”, disse Múcio. “[O governo] não faz, porque senão a Alemanha vai mandar para a Ucrânia, a Ucrânia vai usar contra a Rússia, e a Rússia vai mexer nos nossos acordos de fertilizantes.”

“Israel trava uma guerra de defesa, mas o governo não compra suas armas pretextando que é ‘agressor’”, diz o Estadão. “Ao mesmo tempo, não vende para a agredida Ucrânia e abastece os cofres da agressora Rússia.”

O governo poderia buscar alternativas aos fertilizantes russos e insumos como o potássio não só mais baratas, mas domésticas. O Brasil tem reservas de potássio na região amazônica, algumas em terras indígenas, outras não.

No primeiro caso, a Constituição prevê que o Congresso autorize a exploração. Com os devidos cuidados, ela pode ser feita de maneira sustentável, e ser negociada com as comunidades indígenas não só para não lhes causar danos, mas trazer benefícios.

“Mas, ‘por questões ideológicas’, como denunciou Múcio, essas possibilidades são barradas”, destaca o texto. “Ao invés disso, o Brasil enriquece indígenas do Canadá, importando potássio de suas reservas.”

Não é só ideologia, mas ignorância, e seu corolário é a incompetência. Há pouco, Lula sugeriu que recrutas não deveriam ser treinados para a guerra, mas para “enfrentar a questão climática”.

“Conflitos se proliferam no mundo e todas as nações estão se armando”, afirma o jornal. “Mas, na lógica pedestre de Lula, como o Brasil não enfrenta guerras, não precisa de soldados, mas de bombeiros.”

“Tudo se passa como se agressões pudessem ser contidas à base de “cervejas” – como Lula sugeriu em relação à Ucrânia – e as Forças Armadas fossem uma ameaça à paz, e não sua garantia, sobretudo diante de ameaças reais num mundo cada vez mais violento. Isso não é idealismo nem pacifismo”, acrescenta a publicação. “É só estupidez.”

Ao Brasil, resta agradecer a Deus pelo fato de que os riscos de ser invadido por potências estrangeiras (como a Ucrânia foi pela Rússia) ou agredido por terroristas (como Israel pelo Irã e seus associados) são baixos.

Não é só que, a depender de Lula, o país seria defendido por bombeiros armados com sucatas, “mas só Deus sabe quanto do território e dos cidadãos brasileiros seu presidente sacrificaria em nome do que chama de ‘paz’”, conclui o Estadão.

Fonte: Revista Oeste

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