Circula nas redes sociais um vídeo no qual a deputada estadual Luciana Genro (Psol-RS) relativiza a gravidade dos atentados terroristas do Hamas, no sul de Israel, em 7 de outubro. A parlamentar pôs em dúvida os crimes contra civis israelenses, a exemplo de assassinatos de bebês e estupros de mulheres.
A organização internacional StandWithUs Brasil, que apoia Israel e luta contra o antissemitismo, reagiu ao que chamou de “falas absurdas” da parlamentar.
“Muitas vozes se levantaram para repudiar a morte dos bebês, decapitados, cujas provas nunca apareceram, ou das mulheres, estupradas, cujas provas nunca apareceram”, contestou a deputada. “Dizem que são fatos verídicos; ao contrário, eles vêm sendo desmentidos.”
Veja o vídeo publicado pela organização:
Isabella Buium, internacionalista do escritório brasileiro da StandWithUs, afirmou que é “extremamente decepcionante” ver uma mulher, especialmente uma figura pública, duvidando de mulheres que relataram o próprio abuso sexual ou que viram outras mulheres sofrendo violência sexual.
O que relatou a imprensa sobre o massacre de 7 de outubro
Em uma entrevista à agência internacional de notícias Associated Press, um dos sobreviventes do massacre no Festival Nova, Ron Fregger, contou que ouviu uma jovem gritando: “Estou sendo estuprada”. Fregger disse aos jornalistas que, depois de alguns minutos, ele “ouviu um barulho de tiro, e então tudo ficou silencioso”.
De acordo com reportagem publicada no dia 6 de dezembro na rede BBC, “o Hamas mutilou e estuprou mulheres vivas e mortas”. O texto descreve que diversos profissionais envolvidos na coleta e identificação dos corpos das pessoas mortas durante o massacre do Hamas declararam ter visto “múltiplos sinais de violência sexual”.
Entre as vítimas, havia bebês, mulheres e idosas, que foram encontrados com pélvis quebradas e cortadas, além de diversos hematomas.
Isabella Buium ressalta que a violência não se limitou ao 7 de outubro. Ainda segundo a Associated Press, o médico que cuidava dos sequestrados que retornaram da Faixa de Gaza revelou que cerca de dez deles, entre homens e mulheres, sofreram abuso e violência sexual durante o tempo no qual estiveram em cativeiro.
“No caso das mulheres que foram vitimadas pelo Hamas no dia 7 de outubro, e que foram mantidas em Gaza, há muitas provas de violência sexual contra elas, sejam de testemunhas oculares ou de médicos que analisaram os corpos depois dos atos”, destacou Buium.
A internacionalista pergunta: “Se mulheres que não tiveram testemunhas durante o abuso sexual e a violência sexual relatassem o que passaram, Luciana Genro também duvidaria delas?”.
Fonte: Revista Oeste