Uma pesquisa realizada há mais de 20 anos está prestes a entregar aos produtores um tipo de pequi sem espinhos. O fruto é tradicional na culinária goiana e, segundo a Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), responsável pela pesquisa, uma variedade sem os famosos espinhos deve chegar aos goianos em até um ano e meio.
Segundo a Emater, a pesquisa é feita em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e já dura duas décadas. O trabalho abrange a seleção e clonagem de diversas variedades do fruto do pequizeiro, no intuito de aperfeiçoá-lo. As plantas ficam no banco de germoplasma de pequi da Emater, o maior do mundo, localizado na Estação Experimental Nativas do Cerrado, em Goiânia.
Mais de mil pés da nova variedade já são cultivados em Goiânia, cujo fruto é exatamente como o conhecido pequi: mas só que sem o espinhos que demandam cuidado na hora de consumi-lo. De acordo com o diretor de pesquisa agropecuária, João Osmar Junior, o próximo passo agora é o registro da variadade junto ao Ministério da Agricultura para, depois, ocorrer a distribuição ao produtor. Após isso, os goianos devem passar a contar a opção de comprar um pequi que não tem espinhos.
“Estamos a caminho do registro de todo esse processo, de quase 20 anos de pesquisa. Estamos com esse resultado em mãos e prontos para fazer esse registro no Ministerio da Agricultura. Esperamos no máximo, um ano , um ano e meio, pequi registrado e fazer uma entrega ao produtor”, disse, a um veículo local.
Pequi já foi alvo de “rixa” entre goianos e mineiros
No início deste ano, até o mesmo o governador Ronaldo Caiado (DEM) reagiu à notícia de que um deputado queria que Montes Claros (MG) virasse a “capital nacional do pequi”. “A gente morre e não vê de tudo, não é, minha gente?”, disse o gestor na ocasião.
Caiado afirmou na época que todos sabem que o fruto também faz sucesso por lá, “que tem até a tradicional Festa do Pequi, mas reivindicar a capital da iguaria, é demais, mexe com o brio dos goianos”. “Já vamos fazer um acordo aqui, a gente deixa o ‘trem’ e o pão de queijo pra vocês, mineiros, e em troca ninguém mexe no nosso pequi. Combinado?”, brincou.
Fonte: Mais Goiás