Destaque Variedades

Golpe da embalagem: como evitar ser mais uma vítima

Criminosos aproveitam o descarte incorreto das encomendas

Como evitar ser mais uma vítima do golpe da embalagem | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) alerta para um tipo de golpe praticado com embalagens de compras on-line descartadas de forma inadequada. Segundo o órgão, criminosos se aproveitam do rótulo para extrair dados pessoais e aplicar golpes financeiros nas vítimas.

As informações são obtidas por meio de QR codes ou códigos de barras presentes nas etiquetas das caixas que não são removidos durante o descarte. Isso possibilita que o golpista escaneie o rótulo da embalagem e tenha acesso aos dados do comprador, como nome completo, CPF, telefone e endereço.“Conforme a tecnologia aumenta, também crescem as formas de praticar crimes eletrônicos”, alertou o delegado Carlos Francisco de Miranda Santos, do 42º Distrito Policial, na zona leste de São Paulo. “Com esses dados, os criminosos conseguem se passar pela vítima e realizar diversos golpes contra terceiros.”

Um desses golpes é o bancário, usado para abrir contas, cartões de crédito e fazer empréstimos em nome de terceiros. Com as informações, os suspeitos também conseguem realizar compras em nome da vítima e abrir linhas telefônicas para a aplicação de golpes.

Outra prática comum é o disparo de links falsos via mensagem de texto. “Jamais clique em links para confirmar uma compra e desconfie de mensagens que precisem de uma ação imediata”, alertou o delegado nesta segunda-feira, 17. “As empresas já possuem seus dados, elas não precisam de atualização depois da compra realizada.”

No ano passado, foram registrados 2 milhões de casos de estelionato no Brasil, conforme a Pesquisa Nacional do Instituto DataSenado. Desse total, cerca de 500 mil ocorreram no ambiente virtual.

Como evitar ser mais uma vítima

Para evitar cair nesse tipo de golpe, o delegado reitera a importância de picotar, rasgar ou riscar as etiquetas e notas fiscais na hora de descartar a embalagem. Isso impede que criminosos tenham acesso a informações sensíveis, como dados de compra, número de série do produto e até mesmo endereços.

O alerta também se estende para caixas de celulares, eletrônicos e acessórios informáticos, que costumam conter o número de série e a Identificação Internacional de Equipamento Móvel (IMEI). Com esses dados em mãos, golpistas podem clonar dispositivos, registrar o aparelho como roubado ou até mesmo aplicar fraudes.

Além disso, o delegado reforça que, ao receber qualquer mensagem suspeita, seja por SMS, e-mail ou aplicativos de mensagens, é essencial verificar sua autenticidade através do contato com os canais oficiais da empresa.

Golpe da embalagem é a mais nova modalidade na praça | Foto: Reprodução/Freepik

Outro ponto crucial é manter todos os dispositivos eletrônicos protegidos. Manter o computador e o celular com o sistema operacional atualizado e um antivírus ativado reduz significativamente os riscos de ataques cibernéticos.

Também é fundamental redobrar a atenção com a segurança física. Ao receber uma entrega, jamais permita que o suposto entregador tire uma foto do seu rosto. Imagens faciais podem ser utilizadas para fraudes bancárias, abertura de contas falsas e invasão de sistemas que utilizam reconhecimento facial como método de autenticação.

Por fim, a conscientização e a adoção de boas práticas de segurança são as melhores formas de se prevenir contra golpes. Sempre desconfie de abordagens suspeitas, proteja seus dados pessoais e, em caso de dúvida, busque orientação com as autoridades competentes ou órgãos de defesa do consumidor.

Caí no golpe, e agora?

A primeira recomendação a ser seguida é que a vítima consulte o site da Serasa para verificar se há boletos de compras não conhecidas ou aberturas de empresas em seu nome, práticas comuns em crimes do gênero.

Caso perceba alguma irregularidade, é necessário registrar um boletim de ocorrência em uma delegacia física ou por meio da delegacia eletrônica para que a Polícia Civil consiga apurar o crime. “Há uma estimativa de que os crimes não registrados sejam cinco vezes maiores do que os que possuem registro”, disse Miranda.

Outras dicas importantes são notificar o banco para que ele realize o bloqueio de contas, acompanhar semanalmente as compras no cartão de crédito e alterar as senhas on-line, em média, a cada seis meses.

Os crimes relacionados ao “golpe da embalagem” são investigados pelas delegacias seccionais. Quando há gravidade no caso, fica a cargo da Divisão de Crimes Cibernéticos (Dcciber), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Paulo.

Fonte: Revista Oeste

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *